Passear de patinete elétrico compartilhado tem sido um dos passatempos preferidos da manhã de domingo de quem mora ou visita Vitória. No entanto, o equipamento também está ganhando espaço como meio de transporte nos horários de pico do trânsito, durante a semana. Por mês, os usuários percorrem cerca de 50 mil quilômetros.
O levantamento é da Grow, holding responsável pelas bicicletas e patinetes compartilhados. Com os quilômetros percorrido pelos usuários dos dois veículos, esse número sobe para 145 mil quilômetros por mês, ou seja, o suficiente para irmos e voltarmos 140 vezes de Vitória para o Rio de Janeiro.
É uma operação de muito sucesso em Vitória. Por exemplo, a capital capixaba tem uma população menor que o Rio de Janeiro e que tem 150 mil quilômetros rodados por mês, uma diferença de apenas 5 mil quilômetros, observou Fernanda Laranja, gerente de relações governamentais e institucionais da Grow.
Os modais compartilhados passaram a estar disponíveis na Capital em fevereiro. Sem ponto fixo para deixar ou pegar o transporte, os equipamentos compartilhados são acessados via aplicativo, pelo qual se cobra por tempo do uso. Atualmente, o serviço atende a toda a orla de Camburi, e também dentro de Jardim Camburi, Bairro República, Mata da Praia, Jardim da Penha e Praia do Canto. Ainda acompanhando a orla, é possível seguir até ao Centro da cidade.
Nas análises da Grow, o domingo é o dia que os patinetes são mais usados, com pico às 10 horas. Durante a semana, o horário de intensificação de uso é exatamente das 17h às 20h, quando é usado para o retorno para casa, após o expediente, ou relaxamento na orla.
É uma cidade densificada, de pequenas distâncias, o ambiente da cidade colabora muito em questão de infraestrutura, sendo calçadas de qualidade, ciclofaixas e ciclovias. Você tira o carro da rua. Falamos de saúde, bem estar, zero emissão de qualquer tipo de poluente, pontua Fernanda Laranja.
Coincidência ou não, o Dia Mundial Sem Carro, celebrado todo ano no dia 22 de setembro, caiu hoje, em um domingo. A data, comemorada em vários países, tem como objetivo estimular uma reflexão sobre o uso excessivo do automóvel.
VENDEU O CARRO
O médico Rodolfo Venturim, 32 anos, vendeu o carro depois de perceber que a ida e a volta do trabalho para casa era mais vantajosa se feita com modais compartilhados.
Ele sai de Jardim da Penha, por volta das 7h30, já de bicicleta compartilhada. Eu usava o carro todo dia, porém, quando meus horários passaram a ser mais fixos, passei a usar a bicicleta. É a atividade física do dia, me deixa mais disposto. Gasto cerca de 20 minutos até meu trabalho em Jardim Camburi. Na volta, para relaxar, eu uso o patinete, contou Rodolfo.
Na ponta do lápis, o médico disse que do valor da viagem do patinete seria o mesmo que uma viagem de motorista de aplicativo, enquanto a bicicleta sai por cerca de R$ 2.
O carro parado na garagem acabou sendo desnecessário. Minha esposa tem carro e trabalha mais longe. Então, vendemos o meu e usamos o valor para termos apenas um carro pra família, só que mais confortável, descreveu.
VITÓRIA É 2ª NO RANKING DE BIKE COMPARTILHADA
Meio de transporte de longa data, a bicicleta na versão compartilhada - que pode ser deixada após o uso, sem ter base - virou a opção de quem quer fugir do trânsito. Nos dias da semana, a utilização delas varia de 90% a 100% do total de bikes disponíveis em Vitória.
Entre as 15 cidades onde a empresa Grow presta serviço, Vitória está em 2º lugar no ranking das que mais usam bicicletas compartilhadas, atrás apenas de São Paulo. E o horário de uso mais intenso é exatamente das 17h às 19h, período em que motoristas da cidade ficam reféns de vários pontos de engarrafamento.
As bicicletas têm um perfil para usuários que vão para a escola, faculdade e trabalho. Por ter uma orla, os motoristas têm poucas saídas quando o trânsito fica intensificado, apesar das distâncias serem curtas. A bicicleta e o patinete aparecem como alternativa. É mudar a cultura do carro. O objetivo é que a pessoa deixe de usar o automóvel em curtas distâncias e se aproprie desses equipamentos sustentáveis para fazer o seu deslocamento, enfatizou Fernanda Laranja.
Além de apurar a utilização dos equipamentos, a pesquisa da Grow identificou a necessidade de melhoria da malha viária de algumas regiões, como Bairro República e Jardim da Penha.
FIQUE ATENTO
REGRAS
IDADE
Em Vitória, apenas maiores de 16 anos podem andar de patinete elétrico. E os equipamentos só podem trafegar em calçadas, ciclovias e ciclofaixas, com exceção do trajeto feito ruas de lazer nos domingos e feriados.
VELOCIDADE
Nas calçadas, a velocidade máxima permitida é de 6 quilômetros por hora. Nas ciclovias e ciclofaixas, pode chegar a 20 km/h.
ACESSÓRIOS
Não há multas previstas nem há obrigatoriedade para uso de capacetes. No entanto, as empresas responsáveis pelos equipamentos devem instalar placas orientando sobre o uso de acessórios de segurança.
DICAS DE SEGURANÇA
Planeje o caminho antes de sair
Use sempre o capacete ajustado
Não trafegue com mais de uma pessoa
Sempre dê preferência ao pedestre
Não use celular ou fone de ouvido enquanto conduz a bicicleta ou patinete
Respeite os semáforos e demais sinalizações de trânsito
Nunca conduza os equipamentos se tiver ingerido bebida alcoólica
Segure o guidão com as duas mãos
Fique atento a irregularidades nas vias, como buracos e desníveis, bem como a galhos e árvores que possam oferecer risco no trajeto.
Respeite a velocidade
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