O anúncio feito em primeira mão pelo Gazeta Online de que a Linha Verde, em Camburi, Vitória, vai voltar a operar no dia 10, mas com uma nova modalidade a Carona Solidária gerou dúvidas de como funcionaria a fiscalização ou mesmo como seria definida essa carona liberada para tráfego na faixa exclusiva da Dante Michelini. Com a mudança, além de ônibus, táxis e vans, veículos com mais de três de passageiros poderão trafegar na Linha Verde sem qualquer punição. A Prefeitura de Vitória realizou uma coletiva e esclareceu alguns pontos.
CRIANÇA TAMBÉM CONTA?
Não há limites de idade na contagem do número de ocupantes de um carro para a carona solidária. Estando no carro os pais e um bebê, por exemplo, já alcançará o limite de três pessoas no veículo, o que permitirá que ele trafegue pela Linha Verde, a faixa exclusiva para transporte público - e agora também solidário - na orla de Camburi, em Vitória. É o que explica secretário de Transportes e Trânsito, Tyago Hoffmann, que anunciou na tarde desta segunda-feira (02) o retorno do projeto para o dia 10 de abril.
De acordo com o secretário, a principal exigência para caracterizar a "carona solidária" é que tenha pelo menos três pessoas no carro, não importando a idade. "Pode ser um bebê ou uma criança. O importante é priorizar o transporte coletivo, público e solidário", destacou.
FISCALIZAÇÃO
Ele garante que será possível fiscalizar o número de ocupantes de cada veículo, não só pelas câmeras "que possuem uma boa qualidade de imagem", como explicou, mas também pela atuação dos guardas municipais. E citou como exemplo o uso de celular, em que ocorrem flagras e multas até nos casos em que os veículos usam película de proteção de vidro mais escura. "Após o período de adaptação, trafegar desrespeitando as regras da Linha Verde será uma infração de trânsito como outra qualquer. Nos casos em que for flagrado, será multado", assinalou.
Mas ele garante que prefere apostar na orientação e na educação dos que trafegam pela cidade. "Apostamos da orientação e educação. Confiamos que as pessoas vão fazer o que é certo e seguir a lei", pondera o secretário.
TESTE
O período de adaptação ocorrerá nas próximas três semanas, mas deverá ser prorrogado, como adiantou o secretário. Neste intervalo a prefeitura pretende fazer ajustes técnicos também em outras vias para melhorar o tráfego na Linha Verde. É o caso, por exemplo, do cruzamento da Rua Odete Braga Furtado com a Avenida Américo Buaiz, que garante acesso à Terceira Ponte. Pelo volume de carros que segue para Vila Velha, acaba causando congestionamentos na Avenida Américo Buaiz, e será fechado nos horários de pico, entre 16h30 e 20 horas. "Vamos fazer várias adaptações ao longo do período", disse Hoffman.
Neste intervalo não haverá a aplicação de multas. Ela só vai ocorrer após o período de testes, que ainda não tem uma data definida para ser concluído.
AMPLIAÇÃO
O programa de corredores exclusivos para ônibus, a chamada Linha Verde, será ampliada assim que a cidade estiver adaptada à faixa de Camburi. O primeiro corredor já planejado, segundo Hoffman, vai do final de Camburi até o Centro de Vitória, mas ainda não há data prevista para que o projeto saia do papel. "O programa vai atingir todos os corredores, mas será feito com tranquilidade, para que a cidade se adapte. Pedimos a paciência e um voto de confiança da população", disse.
De acordo com o secretário, não existem outras alternativas para melhorar o trânsito de Vitória que não passem pelo transporte público e solidário. "A frota de Vitória cresce 10% ao ano. A Avenida Saturnino de Brito atinge 195% de sua capacidade de tráfego no horário de pico e em cinco anos vai ficar impossível transitar por ela. O transporte público é a melhor alternativa", desabafa.
CONVERSAS
Uma nova discussão com as comunidades voltará a ser feita em data a ser agendada, segundo o secretário, sobre a Linha Verde. Desta vez haverá a participação do Ministério Público Estadual. Mas Hoffman destaca que as faixas exclusivas para ônibus estão presentes no Plano de Mobilidade Urbana, que foi debatido com a comunidade. O mesmo aconteceu com o Plano Plurianual de 2017, e cuja discussão foi participativa. "Foram 22 reuniões, com 75 associações e 30 conselhos municipais. Um projeto que também passou pela Câmara dos Vereadores, onde foi aprovado. E já tinha o nome de Linha Verde", explicou o secretário.
Foi a alegação de falta de discussão do projeto com as comunidades que levou o juiz da 3ª Vara da Fazenda Pública Estadual e Municipal, Mário Silva Nunes Neto a suspender o funcionamento da Linha Verde. Mas na última quarta-feira (28), outra decisão, desta vez do desembargador Délio Rocha Sobrinho, voltou a autorizar a operação da linha. Ele aceitou um pedido da Procuradoria Geral do Município (PGM) da Prefeitura de Vitória, que havia recorrido contra a decisão do juiz Mário.
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