O julgamento do caso Gabriela Chermont, que estava marcado para esta terça-feira (1), foi adiado mais uma vez. A decisão judicial, proferida pelo juiz Marcos Pereira Sanches, da 1ª Vara Criminal de Vitória, considerou que a testemunha escolhida pela defesa do réu, imprescindível ao desenrolar do processo, apresentou atestado médico e não poderá comparecer ao júri.
De acordo com o magistrado, na página processual, "embora estivesse tudo devidamente preparado para a realização da sessão de julgamento, não há como levá-la a efeito diante do óbice legal, lamentavelmente, motivo pelo qual redesigno, desde já, a sessão de julgamento (...)".
Neste sentido, a nova data marcada para a audiência que julgará Luiz Claudio Ferreira Sardenberg será o dia 3 de dezembro de 2019, às 9 horas.
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De acordo com o advogado que atua como assistente da acusação, em defesa dos interesses da família de Gabriela Chermont Cristiano Medina, o que ocorre é estratégia da defesa para ganhar tempo. "A testemunha da defesa, que é um médico contratado por eles, juntou um atestado dizendo que alguns dias atrás fez cirurgia de catarata e que, por conta disso, não poderia comparecer ao Júri, pedindo então que o juiz o dispensasse. O magistrado, por sua vez, abriu vistas para a defesa se manifestar e a defesa não concordou com a dispensa da testemunha, o que acabou por motivar o novo adiamento. Evidentemente é uma estratégia da defesa, que está fugindo do julgamento", iniciou.
"A prova é robusta no sentido de que o Luiz é realmente o assassino. Tanto as provas testemunhais, como as documentais, como o laudo pericial elaborado pelo doutor Luiz Airton Saavedra, demonstram que não houve suicídio e sim homicídio. Tudo isso que tem acontecido, esses adiamentos constantes, são uma forma de a defesa tentar ganhar tempo, até pelo fato de o Réu estar em liberdade. Eu entendo que haveria elementos suficientes para o juiz indeferir o pedido da defesa, considerando que o laudo desse médico, contratado pela defesa, já está nos autos, então não traria nada de novo para o processo. Tudo que ele fez consta dos autos, ele apenas analisou de forma parcial as provas", revelou o advogado.
Ainda nesse sentido, Medina disse esperar que o magistrado à frente do caso tenha uma postura mais rígida e que no dia 3 não aceite nova justificativa da defesa, prorrogando o julgamento. "O processo já está mais do que preparado, já se passaram mais de 23 anos dos fatos, todas as provas estão nos autos, de tal sorte que nenhuma testemunha trará nada novo ao processo. Eu conversei com a promotora hoje e vamos pleitear ao juiz que, se for o caso, no próximo julgamento, ele ouça todos os médicos, tanto os oficiais quanto os contratados pela defesa e também o apresentado pela assistência de acusação, porque são pessoas que têm condições de demonstrar que esses laudos apresentados pela defesa são totalmente improcedentes. Se a defesa realmente quisesse a busca da verdade real, aceitaria também a oitiva do doutor Luiz Airton, coisa que está se recusando, porque sabem que se ele for ouvido, a farsa será desmoronada", finalizou.
A reportagem procurou a mãe de Gabriela, Eroteides Regattieri, mas até o momento não teve as ligações atendidas.
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Procurado pela reportagem, o advogado de Sardenberg, Raphael Câmara, afirmou que o adiamento ocorreu por questões alheias à vontade da defesa. "O Júri ter sido adiado decorreu da impossibilidade de uma testemunha comparecer. No entanto, a defesa está preparada e confia na inocência do Luiz Cláudio e deseja que aconteça o quanto antes o julgamento. Além disso, todas as provas técnicas indicam que Gabriela cometeu suicídio, por isso que a defesa espera que o Júri aconteça o mais rápido possível", concluiu.
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