A Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado (TJES) decide na tarde desta quarta-feira (12) se mantém a sentença inicial que enviou Ademir Lúcio Ferreira de Araújo a júri popular. Ele foi denunciado como o assassino da adolescente de 12 anos, Thayná Andressa de Jesus Prado. Em maio deste ano, a Justiça Criminal de Viana determinou que ele enfrentará o julgamento, mas ele recorreu.
O relator do caso é o desembargador Adalto dias Tristão. Segundo o andamento processual, o caso estava concluso para julgamento desde o dia 4 de setembro. Enquanto não há uma decisão sobre o assunto, Ademir fica impedido de sentar no banco dos réus.
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No processo consta que fará a defesa do réu o advogado Herval Salloto. Ele confirmou à reportagem do Gazeta Online que foi indicado para o caso, fez o recurso contra a decisão de pronúncia - sentença que enviou Ademir ao Júri. Mas informou ainda que em junho deste ano também apresentou sua renúncia como defensor de Ademir. Ele não deverá continuar no caso.
Em outubro, o TJES não aceitou um recurso também feito por Ademir. Na ocasião, ele decidiu recorrer contra a condenação pelo crime de estupro contra uma adolescentes de 14 anos, também em Viana. A menina foi sequestrada, estuprada e depois abandonada pelo acusado.
CRIME
Thayná foi raptada no dia 17 de outubro do ano passado, por Ademir, no bairro Universal, em Viana. A ossada da estudante foi encontrado 48 dias depois, em um matagal, na mesma cidade. O corpo havia sido carbonizado. Acusado de estuprar e matar a menina, Ademir foi capturado no dia 13 de novembro, em Porto Alegre. Ele permanece preso, aguardando o julgamento do caso.
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Ademir é ainda acusado de um outro crime que ele praticou três dias antes de raptar a Thayná. Ele sequestrou e estuprou uma outra adolescente, de 11 anos, que sobreviveu. Por esse crime a 1ª Vara Criminal de Viana decidiu que ele vai responder por estupro de menor de 14 anos, com sequestro ou cárcere privado. Mas em maio deste ano ele decidiu recorrer contra esta decisão. Uma apelação que foi julgada e não aceita pela Segunda Câmara Criminal do TJES no último mês de outubro. O processo, está em segredo de Justiça, mas a expectativa é de que ele seja julgado em breve.
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Há ainda o pedido de indenização por dano moral, no valor de R$ 52,8 mil, contra o Estado. Ademir alega que foi torturado pelos agentes penitenciários quando ficou detido no sistema prisional capixaba. Este julgamento foi adiado para fevereiro do próximo ano.
LONGA ESPERA
Para Clemilda Aparecida de Jesus, mãe de Thayna, a expectativa é grande para a sessão desta quarta-feira da Segunda Câmara Criminal. "Meu coração está apertado porque vão decidir algo muito importante para a minha vida. Espero que mantenham a decisão do juiz de Viana e que Ademir enfrente o julgamento popular", desabafou.
Ele vai acompanhar a sessão junto com amigos e o com o seu advogado. Disse que não realizará nenhum tipo de protesto no local porque ficou sabendo da sessão em cima da hora. "Mas só vou sossegar quando a Justiça for feita, quando ele for julgado", assinalou.
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A mãe relata que os últimos meses têm sido muito difíceis, e que ela tem revivido todos os fatos do ano passado, desde o momento em que sua filha desapareceu, sua longa caminhada batendo de porta em porta em busca de informações, a localização do corpo, a fuga e a prisão do acusado. "É difícil não recordar de cada momento destes. Não esqueço do dia em que me falaram do resultado do exame. Uma confirmação difícil", conta.
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A expectativa de Clemilda é de que o júri popular seja confirmado e de que Ademir seja julgado ainda no próximo ano. "Uma das coisas boas vai ser ouvir, amanhã, a confirmação do júri popular. Pelo menos para aliviar um pouco o meu coração", finaliza.
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