Um mês depois de ter sido internado com fortes dores abdominais e náuseas, após ingerir a cerveja Belorizontina, da Backer, o engenheiro capixaba Luiz Felippe Teles Ribeiro, 37, continua hospitalizado em estado grave. Felippe é uma das 26 vítimas que são investigadas pela Secretaria de Saúde de Minas Gerais com suspeita de intoxicação por dietilenoglicol, substância encontrada na água da cervejaria Backer.
De acordo com amigos, o quadro do capixaba é o mesmo de um mês atrás, quando Felippe foi internado em um hospital particular de Belo Horizonte, na capital mineira. Ele foi diagnosticado com síndrome nefroneural, doença que apresenta alterações neurológicas e insuficiência renal.
Luiz Felippe foi o primeiro caso de síndrome nefroneural a ser notificado pela Secretaria de Saúde de Minas Gerais, no dia 30 de dezembro. Um dia depois, o sogro dele, que também estava internado, passou a ser contabilizado como vítima da mesma doença. Os dois ingeriram a cerveja Belorizontina nas vésperas do Natal e começaram a passar mal dias depois.
O sogro de Luiz Felippe morreu no dia 7 de janeiro, em Juiz de Fora. No sangue dele havia dietilenoglicol, substância tóxica encontrada pela polícia na água usada pela Backer na fabricação de cerveja.
Além de Luiz Felippe e o sogro, outros 24 casos estavam sendo investigados pela Secretaria de Saúde de Minas Gerais por suspeita de intoxicação por dietilenoglicol até a tarde desta segunda-feira (27). Das 26 vítimas que podem ter sido contaminadas pela ingestão da cerveja, quatro delas morreram. Todos os casos se concentram em Minas Gerais.
A presença de dietilenoglicol, que inicialmente estaria apenas na cerveja Belorizontina, já foi encontrada em 32 lotes de 10 rótulos da Backer. A Anvisa ordenou o recolhimento de todos os produtos da cervejaria de estabelecimentos comerciais. A Polícia e o Ministério da Agricultura seguem fazendo perícias em novos lotes. A Backer está proibida, temporariamente, de comercializar qualquer bebida.
Confira os lotes onde já foi constatado a presença de dietilenoglicol:
Por meio de nota, a Backer disse que não utiliza dietilenoglicol na produção de nenhuma das cervejas e que está colaborando com as investigações da polícia. Além disso, a empresa informou que estruturou uma equipe multidisciplinar para prestar atendimento aos atingidos pela intoxicação por dietilenoglicol e desde então tem atuado para acolher todas elas.
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