Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e da Universidade de Vila Velha (UVV) visitou a Ilha de Trindade, a 1.160 km de distância da costa do estado, para estudar o desenvolvimento da vida marinha do arquipélago. A expedição durou 14 dias e novos ambientes submersos foram descobertos pelos profissionais.
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"É uma cordilheira chamada cadeia Vitória-Trindade. Ela inicia a 100 km de distância de Vitória e termina na Ilha de Trindade. Existem cerca de 30 dessas montanhas submarinas que se estendem daqui até a Ilha de Trindade e tivemos a oportunidade de visitar algumas delas", destacou o biólogo Hudson Pinheiro, coordenador do estudo.
O trabalho feito pelos pesquisadores estuda a evolução das espécies de peixes que vivem na Cadeira Vitória-Trindade. São animais que só existem nos montes submarinos e nas ilhas do litoral do Espírito Santo, conforme explica Hudson Pinheiro.
"Conseguimos encontrar e estudar a distribuição de espécies que só tem ali na Cadeia Vitória-Trindade, que chamamos de espécies endêmicas. Estamos descrevendo esse ambiente que nós chamamos de Colinas Coralinas, que abriga uma grande diversidade de espécies em alto mar. No local, mergulhamos e conhecemos melhor o Banco Davis, que é situado a 600 km da costa. O topo dele fica a 70 metros de profundidade e conseguimos achar esses ambientes que chegam do fundo do Oceano Atlântico até a superfície", afirmou.
O biólogo conta ainda que a Cadeia Vitória-Trindade possui uma grande variedade de espécies que estão sendo estudadas. Hudson Pinheiro pontua que a região submersa é importante também para a manutenção de estoques pesqueiros.
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"É muito importante para o Brasil e o Espírito Santo essa área. Estamos descobrindo que esse ecossistema é considerado um dos melhores locais para os estudos científicos de ecologia e evolução. Por causa do isolamento, essas espécies começam a ficar diferentes e conseguimos notar melhor esse processo de origem das espécies marinhas e é muito importante para o desenvolvimento sustentável capixaba. É uma região onde existe muita pesca e com essas informações os órgãos gestores podem trabalhar, ordenar e manejar melhor a atividade pesqueira para que o peixe nunca falte", concluiu o pesquisador.
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