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Com tom crítico, Imperatriz do Forte vai levar a Rota Imperial para o Sambão

Com tom crítico, Imperatriz do Forte vai levar a Rota Imperial para o Sambão

Tropeiros, imigrantes e Família Real Portuguesa: tudo vai fazer parte da história que a escola quer contar no Sambão do Povo

Publicado em 3 de fevereiro de 2020 às 06:02

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Integrante da escola de samba Imperatriz do Forte confeccionando fantasias para o Carnaval. (Fernando Madeira)

Abre alas porque a Rota Imperial São Pedro D’Alcântara quer passar pelo Sambão do Povo. A Imperatriz do Forte quer mostrar no Carnaval de Vitória 2020 o caminho aberto e utilizado no Brasil Colônia pela Coroa Brasileira, para ligar as cidades de Ouro Preto, em Minas Gerais, até Vitória no Espírito Santo.

Tropeiros, imigrantes e Família Real Portuguesa: tudo vai fazer parte da história que a escola quer contar no Sambão do Povo. A nova Rota, que completou 200 anos em 2016, permitiu que imigrantes vindos tanto de Minas Gerais, quanto de Vitória ocupassem o Sul do estado em busca de terras férteis para sobreviverem.

Integrantes da escola de samba Imperatriz do Forte confeccionando fantasias para o Carnaval. (Fernando Madeira)

Junto com a Rota Imperial, a Imperatriz do Forte conta também a história de municípios capixabas cortados pelo caminho aberto no século XIX, como Venda Nova do Imigrante, Castelo, Conceição do Castelo, Iúna e Santa Maria de Jetibá.

“É um enredo que pretende contagiar a galera, levantar o Sambão. A gente vem contando uma história bem bonita que aconteceu no nosso Estado que tem toda uma relação com a Família Real portuguesa, com a criação da rota e a chegada dos imigrantes no Espírito Santo”, explica Elídio Neto, diretor de Carnaval da Imperatriz do Forte.

O início da Rota Imperial foi em 1816. Nessa época, o Espírito Santo era apenas a “defesa natural de Minas Gerais”. Sem a riqueza do ouro,  D. João VI ordenou, em 1814, a construção de outra estrada, que começou em 1815 e terminou em 1816, como uma forma de abrir novas frentes de desenvolvimento e não ficar refém apenas do porto do Rio.

PASSADO E PRESENTE

Engana-se, no entanto, quem pensa que o desfile da escola do Forte São João vai se prender ao período da Rota Imperial. A escola, que este ano traz não um carnavalesco, mas uma comissão de Carnaval para desenvolver o enredo, vai utilizar elementos do passado também para fazer críticas ao que acontece no Brasil atualmente. Quais críticas? Isso ainda é um segredo da Imperatriz.

“A gente começa falando do passado e ao mesmo tempo esse passado se funde com o presente. O enredo esse ano traz alguns questionamentos e vai levar o público também a pensar. Além da diversão, a escola traz uma grande informação sobre tudo isso que temos vivido no país e ressaltar as belezas do nosso Estado”, detalha Elídio.

Essas críticas já começam aparecendo na Comissão de Frente, como garante o coreógrafo Luciano Coelho: “Nós pretendemos trazer alguns elementos que vão abordar a década do descobrimento e décadas presentes. Pretendemos também usar nossa dança e nosso samba para fazer críticas a várias coisas que acontecem no Brasil, críticas aos ‘verdadeiros donos do Brasil’”.

Luciano Coelho, integrante da escola de samba Imperatriz do Forte. (Fernando Madeira)

ORIGEM DA ESCOLA

Criada na década de 1970, a Imperatriz nasceu nos bares e botecos do bairro sob forte influência do Carnaval do Rio de Janeiro. Muitos de seus primeiros membros nasceram ou viveram algum período no Estado vizinho ao Espírito Santo.

A influência é tanta que os fundadores escolheram, por sorteio, uma agremiação do Rio de Janeiro para homenagear. A escolhida foi a Imperatriz Leopoldinense. Já as cores da escola, verde e rosa, lembram a tradicional Estação Primeira de Mangueira. “Foi uma forma de tentar agradar todo mundo”, brinca Elídio.

Em 2020, a escola do Forte São João tenta superar o desempenho ruim do Carnaval do ano passado, quando terminou em 6° lugar, ficando apenas à frente da Pega no Samba, que caiu para o grupo de acesso. Em 2019, a Imperatriz trouxe o enredo “Navegando nas correntezas da história, a Imperatriz vem vestida de azul", em que fez uma crítica ao uso desenfreado da água.

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  • CORES: Verde e Rosa
  • BAIRRO: Forte São João (Vitória) 
  • PRESIDENTE: Gilson Barcelos (Xará)
  • FUNDAÇÃO:  1972
  • ENREDO: Das terras de Vila Rica á Vila Nova do Espírito Santo: Imperatriz Enganada Apresenta a Rota Imperial de São Pedro D" Alcântara
  • COMPONENTES: 1.300
  • ALAS: 21
  • ALEGORIAS: 3 e 2 tripés

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