Bares fechados, confusão e muita sujeira. Foi o que se viu na Praia do Canto, em Vitória, após a realização de um bloco clandestino na região do Triângulo das Bermudas, na tarde de sábado (1º). O evento pré-carnaval era de conhecimento da prefeitura e da Polícia Militar, o que não evitou os problemas. Agora, a Associação Comercial da Praia do Canto avalia entrar com uma ação no Ministério Público, na tentativa de evitar que novos tumultos aconteçam.
De acordo com César Saade, presidente da Associação Comercial da Praia do Canto, na última quinta-feira (30), houve uma reunião entre representantes do bairro e autoridades para traçar estratégias na tentativa de evitar problemas.
"Foi um evento previamente conhecido pelas autoridades, tanto prefeitura, Policia Militar e Polícia Civil. Com conhecimento prévio desse evento não autorizado, fizemos reunião na quinta-feira e foi feita uma prévia de medidas preventivas para evitar que a baderna, que se instalou, acontecesse. O caos se instalou. Ou não cumpriram as medias ou, se cumpriram, não deslocaram efetivo suficiente para evitar que isso acontecesse", reclamou.
Como o mês de fevereiro está no início, com previsão de outros eventos pré-carnavalescos, Saade afirma que a função da associação é cobrar para evitar novos transtornos.
Por conta da confusão, da grande aglomeração de pessoas e do trânsito caótico na região, muitos bares chegaram a não abrir as portas neste sábado (1º). Essa é uma orientação da própria associação, na tentativa de evitar maiores prejuízos e de preservar funcionários e clientes. "O proprietário assume o prejuízo de não abrir, para evitar danos maiores", diz Saade.
Para tentar evitar que o tumulto fosse para dentro dos estabelecimentos comerciais que já estavam abertos, alguns bares da região colocaram grades em volta dos respectivos pontos. A medida não é inédita e já foi adotada em outros eventos, como a transmissão da final da Libertadores, em novembro do ano passado, na qual a Flamengo se consagrou campeão.
Para o presidente do Sindbares, Rodrigo Miguel Vervloet, o Estado precisa encontrar uma solução para que situações como essa não voltem a acontecer. "A gente não tem condição de ficar refém de uma situação dessas. O que aconteceu ontem foi um absurdo", protesta.
Durante a confusão, duas pessoas que participavam do evento foram detidas em uma ação realizada em conjunto pela Guarda Municipal de Vitória e a Polícia Militar. Ambas foram levadas para a Delegacia Regional: uma por consumo de drogas, e outra por tráfico.
Além das detenções, os proprietários de dois carros de som também foram notificados onze vezes, em multas que somam R$ 72,6 mil. A polícia também apreendeu nove caixas de som, uma caixa de cigarro e uma botija de gás, entre outros produtos que estavam sendo comercializados por ambulantes informais.
Ainda no sábado (01), a Prefeitura de Vitória confirmou que tinha conhecimento prévio sobre a possível realização do evento na Praia do Canto e, por isso, intensificou as operações com equipes da Guarda Municipal, da Polícia Militar e de agentes de fiscalização.
Neste domingo (02), a reportagem de A Gazeta voltou a entrar em contato com a Prefeitura de Vitória, que afirmou ter executado todo o planejamento feito na reunião com os moradores e comerciantes do bairro e que o objetivo principal foi alcançado: preservar a vida das pessoas.
A reportagem também fez contato com a Polícia Militar, que, por nota, afirmou que "manteve o policiamento reforçado na região do Triângulo das Bermudas, na Praia do Canto, durante todo o evento, com efetivo da Força Tática, a fim de reprimir e prevenir a ocorrência de crimes. Inclusive, durante patrulhamento pelo local, um menor foi abordado. Com ele foi apreendida uma pistola, de calibre 380, com 17 munições". E ressaltou que "fiscalizações de festas irregulares cabem às prefeituras".
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta