Três mulheres estão na disputa pelo comando da reitoria da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). A eleição está prevista para acontecer em dezembro deste ano e a escolhida ficará responsável por administrar o orçamento da universidade e por cuidar dos interesses de funcionários e alunos da instituição.
De acordo com a Secretaria de Órgãos Colegiados Superiores (Socs) da Ufes, a data de início para as inscrições oficiais dos interessados em concorrer à Reitoria será no dia 27 de novembro, finalizando no dia 29 do mesmo mês.
"A Socs esclarece que no dia 5 de dezembro o Colégio Eleitoral (composto pelo Conselho Universitário - CUN, pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão - CEPE e pelo Conselho de Curadores - CUR) se reúne para elaborar a lista tríplice, da qual constam os três nomes mais votados. Tal listagem é enviada ao Ministério da Educação num prazo de até 60 dias antes do término do mandato da atual gestão e o Presidente da República nomeia o Reitor", explicou a Ufes, por nota.
Para decidir quem é a pessoa mais capacitada para o mandato, que tem início em 2020 e dura até 2023, A Gazeta preparou um perfil de cada candidata.
Meu nome é Ethel Leonor Noia Maciel, tenho 50 anos e sou natural de Baixo Guandu, Espírito Santo. Hoje vivo em Vitória, em Jardim Camburi, com minha família.
Sou enfermeira, formada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Tenho Mestrado em Enfermagem de Saúde Pública pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Doutorado em Saúde Coletiva/Epidemiologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e Pós-doutorado em Epidemiologia pela Johns Hopkins University, nos Estados Unidos. Sou professora associada ao Departamento de Enfermagem da UFES, bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 1D, e desenvolvo atividades no campo da Saúde Coletiva, com ênfase em Epidemiologia de Doenças Infecciosas. Também sou consultora da Organização Mundial de Saúde (OMS).
O nosso programa está sendo construído de forma coletiva junto à comunidade acadêmica, tendo como principais pilares o ensino, a pesquisa e a extensão, atentos aos processos de gestão e ao cuidado com as pessoas (técnicos-administrativos, discentes e docentes). Dentre os projetos temos como diretrizes uma universidade inclusiva, com políticas e ações focadas no acesso e permanência dos estudantes, e na implementação do plano de acessibilidade para pessoas com deficiência. Um exemplo foi a I Conferência de Ações Afirmativas da Ufes na qual pude participar da construção coletiva de políticas de ações afirmativas para a universidade. Na gestão, o foco é o planejamento estratégico situacional nos setores administrativos, de forma descentralizada, com eficiência e eficácia, e priorizando uma política voltada para o bem-estar das pessoas. Trabalharemos de forma próxima à sociedade capixaba, instituições públicas do Estado e seus representantes nos vários níveis de poderes, e consolidaremos parcerias com intuito de fortalecer os pilares da nossa universidade.
Atuo no enfrentamento à violência contra as mulheres no nosso estado, que apresenta altos índices de feminicídio. Também atuo na defesa do respeito à diversidade, no âmbito da sociedade e, dentro da universidade, tenho me dedicado fortemente em defesa de ações em prol do acesso e desenvolvimento de mulheres nos campos da ciência. Além disso, integro, desde 2015, a Cátedra Sérgio Vieira Mello, um projeto criado por meio de parceria entre a Ufes e a ONU e que tem como objetivo promover e difundir, em especial, o direito e a proteção a refugiados. Na área da Epidemiologia, minha especialidade e campo de estudo, trabalho em prol da eliminação de doenças infecciosas, dentre elas a tuberculose. Hoje, sou presidente na Rede Brasileira de Pesquisa em Tuberculose (Rede-TB) e represento o Brasil na rede de pesquisa em tuberculose nos BRICS.
Primeiramente, cabe ressaltar que a universidade vem sofrendo diminuição nos repasses de recursos a partir de 2014. Apesar disso, a Ufes continuou cumprindo seu papel e entrou, em 2019, na lista das melhores universidade do mundo. A instituição, desde então, vem por meio de audiência públicas se posicionando contrária a essas reduções, bem como apresentando os números e como isso está afetando o funcionamento da Ufes . O impacto tem sido em despesas de custeio, como energia, água, vigilância, limpeza, manutenção predial (dentre outras), bolsas de estudantes, ajuda de custo, aquisição de material de consumo, mão de obra de apoio administrativo, equipamentos para laboratório, obras, reformas e etc. Aliado a isso, vem ocorrendo redução dos recursos das agências de fomento, como Capes e CNPq, que impactam diretamente o funcionamento da pós-graduação. Enquanto pesquisadora e considerando toda a minha formação em universidades públicas, entendo que a defesa da educação de qualidade é primordial para o desenvolvimento do país em todos os aspectos.
Sou Gláucia Rodrigues de Abreu, natural de Guaçuí, tenho 55 anos e atualmente moro em Vitória.
Sou enfermeira formada pela Ufes mestre e doutora em ciências fisiológicas. Também sou pesquisadora de produtividade do CNPq, membro permanente do programa de pós-graduação em ciências fisiológicas da Ufes e avaliadora dos cursos de graduação do Inep.
Estruturação de uma secretária de Integração entre os projetos e captação de recursos; criação projeto de suporte jurídico a comunidade acadêmica; criação de fundo para assistência estudantil; criação de escritório de projetos de captação e acompanhamento de recursos. Além de unificar os sistemas acadêmicos administrativos e de infra estrutura, criação de ciclovia nos campus, tratamento de esgoto no campus, criação de portal de transparência para acesso aos contratos da universidade e alocação de recursos orçamentários. Também quero cumprir os critérios para a alocação de recursos para as Unidades Acadêmicas, respeitando a Matriz de Alocação de Recursos de Custeio e Capital. Outro projeto é melhorar a eficiência, rapidez e apoio dos fluxos de trabalhos, assim como, na elaboração e celebração de convênios com parceiros públicos ou privados, assim possibilitando compartilhar serviços ou recursos com esses órgãos.
Defendo a transparência e otimização dos recursos pela nova gestão da universidade. Defendo o respeito às diferenças e melhorias nos programas de assistência estudantil, nos projetos de pesquisa e extensão desenvolvidos pela comunidade acadêmica. Defendendo a bandeira da inclusão na universidade para todos de forma a que a Ufes seja como modelo para o desenvolvimento da população capixaba. Se a gestão não for eficiente e competente para atender as necessidades, nenhum programa o projeto social encontrará base para o seu desenvolvimento.
Eu entendo que os cortes são problemas, sim, para as universidades de uma maneira geral. Mas penso que nós temos problemas na gestão dos recursos e isso muitas vezes amplifica as dificuldades orçamentárias
Meu nome é Surama Azevedo Freitas, tenho 49 anos, sou natural de Tocantinópolis-Tocantins. Sou afrodescendente, com bisavó indígena. Recebi título de Cidadã Espirito-Santense pela Assembleia Legislativa do ES. Sou lotada no Campus de Alegre da Ufes. Assim, tenho domicílio em Alegre.
Tenho formação acadêmica em Medicina Veterinária, especialização em Zootecnia, mestrado em Zootecnia, doutorado em Zootecnia e pós-doutorado em Segurança Alimentar.
Adesão ao Future-se pois, na prática, ele já ocorre, ainda que de forma parcial, na Ufes; transparência, impessoalidade e meritocracia na gestão dos recursos humanos; eficiência e transparência na aplicação dos recursos públicos; melhoria contínua do Ensino, com foco na Academia; desenvolvimento da pesquisa/inovação em parceria com o setor produtivo e com foco no desenvolvimento do ES; valorização e reforço da segurança patrimonial e implantação de política de segurança pessoal, cerco inteligente de segurança nos campi da Ufes e estreitamento das relações institucionais com o governo federal.
Combater o tráfico de drogas, uma mazela social. Primar pela Ética nas relações interpessoais e combater as perseguições políticas, algo infelizmente rotineiro em nossa convivência cotidiana intra muros.
Não houve cortes. Estes só ocorrem quando o ano financeiro é concluído. Houve contingenciamento. Mais: recentemente, o Ministro da Educação descontingenciou parte da verba que havia sido contingenciada. Precisamos ser mais eficientes. Fazer mais com menos.
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