A situação de um estudante morto e outras 11 pessoas internadas devido ao uso de mescalina, uma droga mexicana, durante uma festa rave em Guarapari reacendeu um alerta que vai além da ilegalidade de fazer uso e venda de entorpecentes: os efeitos no organismo humano provocados pelo consumo de drogas. Junto a especialistas no assunto, A Gazeta apurou os efeitos das drogas mais usadas nas festas.
O médico PhD em dependência química, João Chequer, diz que a maioria das substâncias que originam as drogas existem na natureza. Porém, ao serem sintetizadas e colocadas em grande concentração em uma pílula ou cápsula, viram entorpecentes que viciam e geram danos ao organismo.
Além da droga em si, a combinação com outros tipos de entorpecentes e a mistura com o álcool aumentam a possibilidade de complicações. "A vulnerabilidade do organismo de cada indivíduo, somada à quantidade ingerida e às misturas com bebida em festas, pode gerar um quadro de overdose", alertou Valdir Campos, professor de Psiquiatria da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
Capaz de estimular a atividade do cérebro, o ecstasy pode provocar insuficiência renal, pois o rim passa a não processar a água do organismo, podendo até levar à morte. Também causa arritmia cardíaca, exaustão e pode levar ao infarto cardíaco.
Droga sintética também chamada de "designer", é uma metanfetamina que tem efeito estimulante e que é muito usada em boate, causando euforia e exaltação. Tem como efeitos o aumenta da sensação de vigilância, produz quadros de paranoia e sensação de perseguição, semelhantes aos da cocaína.
Inicialmente causa alucinações e distorções dos sentidos. Porém, a excitação e os delírios podem levar a uma convulsão. "Pode até matar de imediato se usada em alta dosagem, além de provocar parada cardíaca", descreveu o psiquiatra forense Fausto Amarante.
Podendo ser inalada, fumada ou injetada, a cocaína também está no grupo de drogas estimulantes e que é à base da droga mais devastadora: o crack. Porém, o uso intenso de cocaína pode provocar infarto cardíaco, acidente vascular cerebral (AVC ou derrame), perda da capacidade motora, fraqueza muscular, insuficiência renal e, dependendo da gravidade, leva à morte.
A mescalina usada em uma festa rave pelo universitário que morreu em Guarapari não é uma droga que comumente é encontrada no Espírito Santo, segundo relato da própria Polícia Civil.
De acordo com o professor Valdir Campos, ela também gera alucinações , delírios, vômitos, diarreias e paradas cardiorrespiratórias. Já o psiquiatra forense Fausto Amarante, diz que a mescalina era uma droga usada por jovens na década de 60 nas grandes cidades. "Discutia-se sobre ela na época no Rio de Janeiro. Porém, ela perdeu o espaço após a chegada do LSD, deixou de ser da moda. A questão é que o jovem continua a achar que é onipotente e que nunca vai acontecer nada de ruim com ele, ignora o perigo e assume o risco das consequências do uso de drogas", pontuou Amarante.
Os especialistas ouvidos pela reportagem elencaram as quatro principais drogas mais vendidas e consumidas em festas e o dano que causam. Vale lembrar que todas as drogas elencadas nesta reportagem são ilegais, incluído o uso, a venda e o porte de drogas.
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