Dos 1.212 casos de Covid-19 confirmados até este momento no Espírito Santo, 171 são de profissionais da saúde, que atuam na linha de frente do combate à doença em hospitais e em outras unidades. Representantes das categorias afirmam que um dos principais problemas enfrentados pelos profissionais é a falta de equipamentos de proteção individual.
Entre os profissionais contaminados - que representam 14,1% do total de infectados - estão médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, além de outros. No entanto, o detalhamento dos dados, incluindo a área específica de atuação dos infectados e os locais de trabalho não foi informado pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesa).
O presidente do Sindicato dos Médicos do Espírito Santo, Otto Baptista, explica que todos os profissionais da saúde devem estar protegidos pela utilização de máscaras, óculos, gorros, aventais e álcool em gel. No entanto, a realidade dos hospitais do estado é precária.
"Todos os setores de saúde a nível de Espírito Santo há uma falha de cerca de dois a três itens, na maioria de três itens, que contribui de maneira direta para a contaminação desses profissionais", pontua Otto.
O Conselho Regional de Enfermagem fez vistorias por hospitais e unidades de saúde. A presidente, Andressa Barcellos, afirma que algumas instituições, inclusive, estimulam os funcionários a usar máscaras para além do tempo determinado pelos fabricantes.
Além da melhora dos equipamentos, o Sindicato dos Médicos também solicitou ao governo estadual uma mudança na escala dos profissionais para permitir que eles entrem em quarentena e a testagem de todos eles a cada 15 dias.
"Esse colega trabalha em vários hospitais, em vários plantões, nos seus consultórios e também têm suas famílias. Eles podem estar carregando esse vírus. O risco de contaminação é iminente", alerta Otto.
A testagem geral entre profissionais da saúde também é reivindicada pelo Conselho Regional de Enfermagem.
"No serviço hospitalar nós tempos profissionais da saúde que têm a doença, mas que não a manifestam. É importante testar esses profissionais para saber qual o universo de contaminados e poder implantar políticas de combate à Covid-19", esclarece Andressa.
Mas Andressa pontua que os profissionais ainda precisam receber melhor treinamento para os cuidados específicos com os pacientes de coronavírus, que lhes permita garantir sua própria segurança.
As reivindicações das categorias já foram repassadas ao governo estadual, mas até o momento ainda não houve respostas. Segundo Otto, o governador e a Sesa dizem estar avaliando as solicitações.
A Sesa foi demandada pela reportagem, para falar sobre o assunto, mas não se manifestou até o fechamento dessa matéria.
Com informações do G1 Espírito Santo.
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