A substância cloroquina, que provocou corrida às farmácias de pessoas supondo que poderiam se prevenir do novo coronavírus (Covid-19) com o produto, tem sido utilizada em pacientes internados nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). O secretário estadual da Saúde, Nésio Fernandes, diz que esse é um dos recursos do tratamento dos infectados, tanto na rede pública quanto na particular. Ele também considera promissora uma nova técnica que utiliza plasma sanguíneo de curados em doentes.
A cloroquina é, originalmente, indicada para tratamento de malária, lúpus e artrite, mas testes começaram a ser feitos, em vários locais, com pacientes com quadro mais crítico da Covid-19. O medicamento também é usado no Estado, associado a outros remédios, na tentativa de recuperar a condição clínica dos que estão internados, embora sua eficácia ainda não esteja absolutamente comprovada para o coronavírus.
No caso da primeira morte confirmada no Espírito Santo, por exemplo, o homem de 57 chegou a ser submetido ao tratamento, mas não surtiu o efeito esperado, aponta o secretário Nésio Fernandes. Ainda assim, a cloroquina continua sendo uma das opções nos cuidados dirigidos aos pacientes. O Espírito Santo recebeu do Ministério da Saúde, na semana passada, 8 mil comprimidos de cloriquina.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, declarou na última sexta-feira (3) que, mesmo sem estudos conclusivos, o governo federal vai recomendar a ampliação do uso de cloroquina em pacientes diagnosticados com o novo coronavírus. A recomendação de uso, segundo ele, também será estendida para pacientes com quadro grave - antes valia apenas para aqueles considerados críticos, internados em UTIs. Mandetta esclarece, no entanto, que a aplicação do remédio tem sido experimental.
Um outro tratamento, considerado promissor pelo secretário Nésio Fernandes, será experimentado na capital paulista. Os hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês, em parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), vão testar o uso de plasma sanguíneo de pessoas já recuperadas da Covid-19 em pacientes que ainda têm a infecção. Para fazer o estudo em humanos, as instituições conseguiram autorização da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e iniciaram a triagem nesta segunda-feira (6) de possíveis doadores de plasma.
Especialistas acreditam que o plasma de um indivíduo em recuperação pode ajudar um paciente doente por já conter anticorpos contra a infecção. "É uma técnica promissora, mas é preciso ter o mínimo de evidência para poder ser reproduzida em larga escala", explica Nésio Fernandes.
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