O registro de casos confirmados do novo coronavírus no Espírito Santo provocou modificações na rotina dos capixabas, transformou o cenário da economia e também já reflete nas políticas públicas de segurança implementadas no Estado.
Somente no mês de março deste ano, mês marcado pela chegada da pandemia na Grande Vitória, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) contabilizou 143 assassinatos. O número representa aumento de 66,27% em relação ao mesmo período do ano passado, quando aconteceram 86 mortes.
O secretário de Estado da Segurança Pública, Roberto Sá, disse que o aumento dos índices está relacionado com a nova dinâmica adotada pelos traficantes de drogas que operam no Estado, sobretudo, na Grande Vitória.
Para tentar conter o avanço da covid-19, o governador Renato Casagrande (PSB) determinou o fechamento da maioria dos estabelecimentos comerciais. A medida passou a valer no dia 21 de março. As aulas também foram suspensas.
De acordo com uma análise de Roberto Sá, do dia 1º de março ao dia 13 de março, a média diária de homicídios no Espírito Santo era de 3,2 mortes/dia. Segundo ele, a média também foi observada no mesmo período de março do ano passado.
Roberto revelou que entrou em contato com secretários de Segurança do Rio de Janeiro, Santa Catarina, Pernambuco, Ceará e Tocatins para apurar sobre a realidade local. O resultado? Sá garante que todos relataram aumento das estatísticas relacionadas a homicídios.
Houve mudança na dinâmica do tráfico. Com a diminuição de circulação das pessoas, diminuiu a arrecadação. O traficante teve necessidade de se mobilizar mais, de circular mais, de aproveitar para atacar os desafetos ou cobrar suas dívidas com a vida, analisou.
Para corroborar a tese de maior circulação de criminosos nas ruas, Sá informa que houve aumento de 23% nas apreensões de arma de fogo na região metropolitana no mês que passou. Já no Estado, foi de 8%. A comparação é com março de 2019.
No último dia 23, a Sesp reuniu secretários municipais da área da segurança pública da Grande Vitória, além da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Exército. O grupo discutiu ações sobre efetivo de trabalho e ações voltadas ao comércio.
O encontro foi muito produtivo para nós discutirmos o momento e conversar sobre apoio mútuo. Criamos um grupo onde emito um boletim da situação. Estamos monitorando os efetivos de forma conjunta para nos apoiarmos, explicou.
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