Considerada altamente contagiosa, a conjuntivite também pode ser um das doenças causadas pelo novo coronavírus (Covid-19). Oftalmologistas alertam que além da boca e do nariz, os olhos são considerados porta de entrada do vírus no organismo humano.
Em fevereiro deste ano, o médico oftalmologista chinês Li Wenliang morreu em decorrência do coronavírus. Ele ganhou notoriedade por ser um dos primeiros agentes de saúde a divulgar os riscos da infecção do novo vírus.
De acordo com reportagem do Estadão, a Academia Americana de Oftalmologia já alertou para o fato de que o vírus pode causar conjuntivite e possivelmente ser transmitido pelo contato com a conjuntiva, membrana mucosa que cobre parte do globo ocular atrás das pálpebras.
A informação foi corroborada pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia. No Espírito Santo, especialistas alertam para a vermelhidão nos olhos, lacrimejamento ocular, pálpebras inchadas, secreção purulenta, sensação de areia, coceira ou fotofobia.
O professor de Oftalmologia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Thiago Cabral, destacou que um dos primeiros estudos chineses publicados sobre a doença analisou 30 pacientes. Do total, apenas um apresentou conjuntivite.
Outra pesquisa divulgada posteriormente analisou mais de mil casos. Dessa vez, cerca de 1% dos pacientes apresentou sintomas de conjuntivite. Em casos de manifestação da doença, é preciso investigar o histórico do paciente como viagens ao exterior ou contato com alguém que esteve nas áreas de risco.
José Geraldo avalia que é preciso atenção redobrada quanto às medidas de prevenção e higiene, sobretudo, porque o mundo está diante de uma pandemia, declarada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Os estudos vão indicar as características de entrada no corpo humano, período de encubação, da própria virulência ou se existe transmissão placentária. Estamos diante de um vírus novo que ainda não se tem muita informação. Precisamos saber, principalmente, se ele muda de características no Brasil, país de clima tropical, ponderou.
Se perceber os sintomas, a orientação dos especialistas é buscar atendimento médico. O oftalmologista José Geraldo Viana Moraes explica que o tratamento é feito com colírios lubrificantes e compressa gelada.
"A recomendação é buscar orientação. O médico vai observar os sintomas e indicar o que deve ser feito. Não existe nenhum colírio que vai matar o vírus, tem que tratar os sintomas", enfatizou.
Thiago Cabral chama a atenção dos pacientes que estão mais preocupados com os sintomas como tosse, espirro ou sintomas gripais. "Se o paciente estiver doente e também com uma conjuntivite, a lágrima tem alta chance de transmissão. Se você está com processo gripal e veio junto uma conjuntivite, cuidado com as secreções dos olhos. Limpe bem os olhos e procure um médico", disse
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