Um bichinho inusitado roubou a cena dessa vez: como diria Gleidson Pereira do Nascimento, 38 anos, almoxarife que a encontrou durante expediente na empresa onde trabalha, o animal se trata de "uma coruja de orelha", ou, na denominação oficial, é uma Megascops Choliba, ou "corujinha-do-mato". Nas imagens é possível vê-la, tímida, no imóvel localizado na Rua Graciano Neves, no Centro de Vitória.
O funcionário contou que já tinha aparecido um animal semelhante no local e que nesta sexta-feira (06) ele teria sido avistado por volta das 14h30. "Me chamou a atenção porque é difícil de encontrar esse bicho aqui, vemos mais outras aves. Não sei como é a questão da migração dela, cheguei a tentar contato com o Ibama, mas eles não fazem o recolhimento da coruja. Então procurei a prefeitura, que me informou que não teria condição de vir apanhá-la por já estar com uma demanda muito grande. Foi sugerido que eu fosse dar uma olhada nela pela noite, já que elas têm hábitos noturnos", explicou.
O homem ainda esclareceu que manteve a ave reservada em um local e que a alimentou. "Dei barata e insetos para ela. Entendo de pássaro, esses da noite se alimentam assim, comem até rato. Só tenho receio de pegá-la na mão, não sei ao certo o que ela já comeu, pode acontecer de ela me beliscar e causar algum dano", relatou ele enquanto a segurava com auxílio de um pano, para tentar fotografá-la.
De acordo com o biólogo ornitólogo, termo que faz referência ao ramo que estuda as aves, Pedro Diniz, a corujinha-do-mato é uma espécie comum em ambientes degradados, o que inclui as áreas urbanas. "Ela tem ampla distribuição no Brasil e existem registros para a Grande Vitória. Esses animais se alimentam de grandes artrópodes, que são insetos e afins, se reproduzem em cavidades naturais, como árvores e cupinzeiros, e artificiais, como em telhados e ocos em casas, e são também noturnas", descreveu.
A reportagem tentou contato com a Prefeitura de Vitória para saber sobre o recolhimento do animal, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.
Veja vídeo
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta