Nícolas Cardoso tem 15 anos e é dono de mechas de cabelos hidratados e com um brilho de dar inveja. Ele se dedicou por 10 meses para que cada fio ficasse perfeito. Essa atitude poderia até ser interpretada como vaidade, porém a preocupação do adolescente foi por um ato de solidariedade. Seu cabelo vai se tornar peruca para presentear crianças em tratamento do câncer, assistidas na Associação Capixaba Contra o Câncer Infantil (Acacci).
Pensei em deixar o cabelo crescer no início deste ano. Cheguei na escola com ele curto e deixei o cabelo crescer para doar. Acho que é uma atitude boa. E depois o cabelo vi crescer de novo e vou poder doar novamente, disse Nícolas.
O estudante faz parte de um grupo composto por 24 pessoas, entre crianças, jovens e adultos, que cortaram seus cabelos na tarde desta segunda-feira (21) para doação, na Universidade Aberta do Brasil (UAB), em Vila Velha. As mechas cortadas vão virar perucas, que serão confeccionadas por detentos de Colatina, no Noroeste do Estado.
Já tínhamos 12 cabelos que as pessoas cortaram e nos entregaram. Hoje cortamos cabelos de mais 24 pessoas. Com essa quantidade de cabelo, podemos ter 22 perucas confeccionadas, explicou a coordenadora da Universidade Aberta do Brasil (UAB), Polo Vila Velha, Andréa Toniato.
Rafaela de Almeida Tavares, de 9 anos, também cortou seu cabelão. Quando a mãe a perguntou se ela queria doar as madeixas, de imediato a pequena ficou receosa com a ideia. Eu gostei mais ao menos quando minha mãe falou porque eu gostava do meu cabelo grande, mas também é um ato de bondade doar para quem precisa, disse Rafaela, após o corte.
Outra que deixou parte de seu cabelo foi a estudante Maísa Madureira Vidal Nunes, de 29 anos. Sempre foi um sonho meu e, tendo essa oportunidade, vi que era a hora. É importante porque meu cabelo vai crescer. E pensar que um pedacinho que estou doando vai fazer uma criança feliz é gratificante. É o mínimo que a gente pode fazer, afirmou.
GORROS
Além das Perucas, a UAB segue com outro projeto: a confecção de gorros. Esses acessórios são feitos pelas mãos de senhoras habilidosas, como a aposentada Glória Agripino de Oliveira, de 64 anos. Eu já tinha noção de como fazer, aí fiz uns 15. Minha preocupação e minha tristeza foram embora com esse trabalho, disse dona Glória
A professora aposentada Ana Maria dos Santos Bastos, de 66 anos, diferente de dona Glória, aprendeu o tricô para fazer o gorro que ela mostra com orgulho e felicidade, sentimento que parecia distante para ela nos últimos anos. Estava com depressão e o ato ajudou em seu tratamento. As crianças que estão me ajudando, pois com isso estou saindo de uma depressão, disse
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