O Gazeta Online teve acesso à ata e ao vídeo da reunião da Comissão de Proteção à Criança e ao Adolescente da Assembleia Legislativa, realizada na última sexta-feira (6), onde o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, admite a possibilidade de deslocar crianças internadas no Hospital Infantil de Vitória para módulos ou até mesmo contêineres, em caso de interdição do hospital. A informação foi publicada pelo colunista Leonel Ximenes.
Questionado pelo deputado Lorenzo Pazolini, presidente da Comissão, se há algum plano ou local para que as crianças internadas pudessem ser alocadas em consequência de um infortúnio ou fechamento do Hospital Infantil de Vitória, o secretário afirmou existir estudos para o acolhimento das crianças em módulos e até mesmo contêineres.
Lorenzo Pazolini pergunta da seguinte maneira: Para finalizar, os encaminhamentos finais, voltando aqui ao nosso objeto da presente sessão, secretário, pergunto a V. Ex.ª, há algum plano ou algum local para acolhimento dessas crianças que hoje estão sendo atendidas no hospital, caso haja um infortúnio ou uma necessidade de fechamento da unidade por uma decisão judicial que pode vir a acontecer, ou em razão de uma situação fática que leve ao fechamento, se existe algum plano de contingência para acolher essas crianças em outra unidade? Essa é a nossa pergunta.
O secretário de Estado da Saúde afirma já ter feito vários estudos sobre o tema, entre eles, a utilização de contêineres: Deputado, nós, ao decidir não interditar a unidade e fazer a contratação emergencial, realizamos vários estudos e avaliações de diversas possibilidades, desde contratar módulos a fazer contêineres, requisitar administrativamente um hospital a interromper os serviços temporários de algum hospital fechado, como é o Hospital Estadual de Vila Velha, o antigo Ferroviários, que é um hospital que não é porta aberta, que pudesse se readequar, durante um período, para receber os pacientes. Foram feitas várias simulações, e hoje o Estado do Espírito Santo tem o plano A, B, C para poder atender a esse tipo de situação.
Em seguida, Nésio Fernandes voltou a ser indagado por Pazolini. Aí eu pergunto a V. Ex.ª: se houver uma decisão judicial de intervenção e fechamento, interdição parcial ou total da unidade, ou uma situação fática concreta, eventual curto circuito, incêndio, que leve à necessidade de sobrestar, de impedir, de fechar a unidade, da cessação do atendimento, essas crianças serão levadas para qual local?
Nesse segundo momento, o secretário declarou que poderia ser feito um estudo, visando acoplar contêineres e módulos ao terreno do Hospital Infantil de Vila Velha, o Himaba. Outro estudo que poderia ser feito seria a contratação de contêineres e módulos que poderiam ser acoplados ao terreno do Hospital Himaba, em Vila Velha, porque ele tem um terreno horizontal, um terreno amplo, que poderia receber, então, parte desses serviços. E esses módulos receberem, então, a parte administrativa completa do hospital e tratar de adequar as áreas que já existem como áreas assistenciais.
O deputado Lorenzo Pazolini, presidente da Comissão, afirmou que o uso de contêineres para acolher as crianças internadas no Hospital Infantil de Vitória, em caso de interdição, foi uma das propostas apresentadas pelo secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes.
Em resposta à nota divulgada hoje (11) pelo Governo do Estado do Espírito Santo à população capixaba sobre a manchete do jornal A Gazeta a respeito do possível uso de contêineres para o Hospital Infantil de Vitória, o Deputado Estadual Delegado Lorenzo Pazolini, presidente da Comissão de Proteção à Criança e ao Adolescente da Assembleia Legislativa, vem por meio desta nota esclarecer que ao questionar Secretário Estadual de Saúde, Nésio Fernandes, em reunião extraordinária da Comissão, na última sexta-feira (06), sobre uma solução caso o hospital fosse interditado, a resposta foi que contêineres poderiam ser uma alternativa. Fica claro que a utilização de contêineres para atendimento à crianças foi uma solução apresentada pelo próprio Secretário Estadual de Saúde.
Em nota "à população capixaba" divulgada no começo da noite desta quarta-feira (11), o governo do Estado afirma que as declarações dadas por Nésio à Comissão da Assembleia foram distorcidas.
OAB-ES quer esclarecimentos
Ao tomar conhecimento da fala do secretário, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional Espírito Santo, José Carlos Rizk Filho, enviou um ofício à Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo (Sesa) pedindo esclarecimentos.
Em nota, a OAB afirma entender as dificuldades enfrentadas pelo governo Estadual e a necessidade de medidas emergenciais, mas avalia que essa possibilidade de internação em contêineres desperta a preocupação da população com a qualidade do atendimento, sobretudo se tratando de crianças.
Acionada pela reportagem, a Secretaria de Estado da Saúde informou que vai prestar os esclarecimentos solicitados pela Ordem em reunião marcada na sexta-feira (13).
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