Dia 08 de setembro de 2018 será uma data que a diarista Marciane Pereira Santos, de 36 anos, infelizmente não irá esquecer. O ex-marido dela, o cadeirante André Luiz dos Santos jogou solvente e diesel contra a ex-companheira e ateou fogo logo em seguida. O crime aconteceu no bairro Jardim Tropical, na Serra.
Marciane ficou com 40% do corpo com queimaduras de terceiro grau e ficou internada em estado grave no Hospital Jayme dos Santos Neves, onde ficou em coma e teve infecção generalizada. Na luta pela vida, ela passou por uma verdadeira batalha: teve que realizar a amputação da perna esquerda e de um dedo da mão. Após ficar 151 dias internada, a diarista teve alta médica.
André Luiz foi preso pela polícia dias após o crime. Na delegacia, ele alegou que praticou o crime por ciúmes e raiva da diarista. De acordo com a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), o homem permanece preso no Centro de Detenção Provisória de Viana II.
DOAÇÕES
A irmã dela, Roseana Nunes dos Santos, contou que a rotina dela e da irmã mudou completamente. Desempregada, com filhos para cuidar, Roseana disse que está contando com doações para manter as finanças da casa e os cuidados com Marciane, já que a irmã está dependendo do benefício de aposentadoria por invalidez, do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que ainda está em andamento.
Roseana diz que a irmã necessita de doações de fraldas descartáveis, produtos para realizar curativos como óleo de girassol, gaze, luva, esparadrapo, atadura, alimentos e produtos de limpeza, além da doação em dinheiro.
CONTA PARA DEPÓSITO
Banco: Caixa Econômica
Agência: 3025
Operação: 013
Conta Poupança: 00005211-2
Titular: Marciane Pereira Santos
CPF: 057.634.727-21
A ENTREVISTA
Na tarde desta terça-feira (25), a equipe do Gazeta Online conversou com Marciane. Ela contou como está a vida dela após o crime. Veja entrevista:
Você passou por um momento tão complicado com o seu ex-marido. Como você está?
Eu estou bem. Estou perto da minha família, minha irmã tem cuidado de mim, estou bem melhor. Ficar perto da família é melhor.
Como está a sua adaptação, já que também teve que amputar uma perna?
Por enquanto eu estou na cadeira de rodas. Já aprendi a descer e a subir da cama. Minha irmã me dá banho e me ajuda muito. Estou fazendo fisioterapia e acompanhamento com psicólogo.
No dia do crime, o que você estava fazendo?
Eu estava em casa. Estava subindo a escada e senti que algo tinha caído em cima de mim.
Qual foi sua reação quando percebeu o que estava acontecendo?
Na hora eu gritei e empurrei a minha sobrinha pra não atingir ela, me joguei no chão e pedi a Deus uma oportunidade de viver para eu cuidar dos meus filhos.
Você esperava que ele poderia algum dia fazer isso com você? Ele já era uma pessoa agressiva?
Ele era agressivo mais nas palavras, de me xingar. No dia do crime ele já tinha ido lá na minha casa, estava com uma faca na mão, mas a minha sobrinha estava perto, então ele não teve coragem de me acertar. Então ele achou melhor agir dessa forma. Ele mandou um amigo dele ir na minha casa pegar minha botija de gás, ele derramou minha comida toda no chão.
Nesse momento, que ele te ameaçou com a faca, o que você fez?
Eu não reagi porque eu estava perto da minha sobrinha, perto dos meus filhos, eu deixei ele fazer a 'bagunça' dele.
Acredito que você deve ter ficado com medo.
Com certeza. Muito ainda.
No momento que você deitou no chão, e orou a Deus, o que passou pela sua cabeça?
Achei que ia morrer porque a minha cabeça já estava pegando fogo. Eu só consegui colocar a mão no coração e pedir a Deus uma oportunidade de viver.
E seu pedido foi atendido...
Com certeza. Caso contrário, eu não estaria aqui agora.
Sobre seu ex-marido, o que você espera que aconteça?
Qualquer 40 ou 50 anos de prisão pra mim é pouco. Eu não vou desejar a morte dele. A justiça tarda, mas não falha.
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