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Eco101 suspeita de apresentar relatórios falsos sobre a BR 101 no ES

Eco101 suspeita de apresentar relatórios falsos sobre a BR 101 no ES

Laudos falsos foram apresentados até para obtenção de empréstimos, segundo a investigação

Publicado em 11 de abril de 2019 às 18:54

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Polícia Federal na sede da Eco101, na Serra. (Bernardo Coutinho | GZ)

A concessionária Eco101, que administra a BR 101 no Espírito Santo, é suspeita de apresentar relatórios de vistoria falsos. Essa é uma das linhas de apuração da Operação Infinita Highway, deflagrada nesta quinta-feira (11). Três mandados de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça Federal no Estado.

O Ministério Público Federal (MPF-ES) foi favorável aos mandados e, por meio de nota, informou que os relatórios seriam usados para fins diversos.

Aspas de citação

Os relatórios seriam utilizados para fins diversos, como prestação de contas à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e apresentados a outras entidades públicas para a obtenção de empréstimos, por exemplo

Nota do MPF-ES
Aspas de citação

A investigação, ainda de acordo com o MPF, está sob sigilo. A Infinita Highway também apura superfaturamento em cobranças de pedágios em rodovias federais nos três Estados alvo da operação da Polícia Federal.

Acionada pela reportagem, a Eco101 informou que não teve acesso ao processo que motivou a operação de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal, por isso não se pronunciará neste momento. "A empresa está colaborando com as autoridades e reafirma o seu compromisso com a ética e transparência em todas as suas relações profissionais", concluiu, por meio de nota.

COMO FUNCIONAVA O ESQUEMA

Segundo a PF, conforme apurado durante as investigações, empresas concessionárias contratavam a emissão de laudos fraudulentos para atestar a qualidade das rodovias, evitando assim a aplicação de multas e outras penalidades pela Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), responsável pela fiscalização da prestação do serviço.

Com consentimento da ANTT, uma das concessionárias envolvidas chegou a aumentar indevidamente o valor cobrado a título de pedágio, sob a falsa alegação de elevação dos custos de manutenção de rodovias, baseando-se, para isso, em orçamentos fictícios, emitidos por empresas que não existiam.

ESPÍRITO SANTO

A reportagem do Gazeta Online tenta desde o início da manhã desta quinta-feira (11) mais informações com a Polícia Federal sobre os desdobramentos e os envolvidos no esquema no Espírito Santo.

A concessionária Eco101 administra a BR 101, única rodovia federal com pedágio no Espírito Santo. O contrato de concessão foi assinado em 2013. No ano seguinte teve início a cobrança de pedágio.

OPERAÇÃO DA PF EM TRÊS ESTADOS

As ações da Polícia Federal nesta quinta-feira (11) acontecem simultaneamente em três estados e no Distrito Federal. No total, a PF pretende cumprir no total 16 mandados de busca e apreensão em órgãos públicos, empresas e residências dos investigados. Entre os investigados está o diretor geral da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), Mario Rodrigues Junior. A sede do órgão em Brasília foi alvo de buscas. O mandato dele à frente da ANTT vai até 2020.

No Espírito Santo, 15 policiais federais cumprem três mandados de busca e apreensão em empresas e residências dos envolvidos no esquema

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A operação conta com o apoio do Tribunal de Contas da União e visa desarticular um esquema criminoso com superfaturamento das tarifas de pedágio nas rodovias federais de Goiás, Bahia e Espírito Santo.

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