Um dia após a TV Gazeta mostrar o drama de uma família de Flexal II, em Cariacica, que estava passando fome por não conseguir renda na quarentena, várias pessoas se solidarizaram, fazendo doações de alimentos. A ambulante Ester Tomé da Silva contou que o movimento nas ruas do Espírito Santo diminuiu nas últimas semanas, afetando o trabalho dela e fazendo com que não tivesse o que dar para comer aos três filhos.
Antes da pandemia do novo coronavírus, Ester vendia balas na Grande Vitória. Com a falta de movimento nas ruas, ela não consegue mais trabalhar e depende da ajuda de vizinhos para alimentar a família. Mesmo assim, a comida é insuficiente e o relato dela contando como estava se virando para aliviar a fome comoveu os capixabas.
"A gente vai tomando água para passar a fome. E aí eu deixo para eles (filhos) comerem", contou Ester, que na última quarta-feira (01), possuía apenas um pacote de biscoitos para dividir com os filhos.
Nesta quinta-feira (02), Ester chegou a ir à Ceasa catar verduras que eram descartadas para tentar alimentar a família, mas Fernando Rocha, diretor da Ceasa, explicou que o local não faz doação de alimentos e que as pessoas não devem ir até lá para isso.
"Essas pessoas devem procurar o Centro de Referência de Assistência Social que cada município tem à disposição delas, além de entidades vinculadas. Na Ceasa temos parceria com o Sesc, com o programa Mesa Brasil. Eles recolhem os alimentos e distribuem para entidades e famílias", explicou.
Após a história ser contada pela TV Gazeta, muita gente se sensibilizou e decidiu ajudar. Um deles foi o ambulante Renato Rodrigues, que é autônomo, morador de Maria Ortiz, em Vitória. Mesmo sem estar trabalhando atualmente por conta da quarentena, ele conseguiu recolher duas cestas básicas para Ester.
"Eu estava assistindo jornal quando vi a história da mãe com as três crianças, dizendo que daria água às crianças para ludibriar a fome. Eu sou pai, meu coração apertou. Pedi ajuda para alguns amigos e eles juntaram tudo isso. A minha contribuição foi o amor e a ponte de levar isso à ela. Eu estou parado há um mês, também não tenho muita coisa, mas na minha mesa não tem deixado faltar. Vim de longe, com o pneu da bicicleta vazio, parando e enchendo, porque quem tem fome tem pressa", afirmou.
A TV Gazeta levou a contribuição até a família. E no momento em que fazia as entregas, outros voluntários chegavam com doações de verduras e frutas. Pelo menos por alguns dias, Ester vai ter como alimentar os filhos. "Que Deus dê para eles o dobro e que outras famílias também sejam ajudadas", agradeceu.
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