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Entenda as diferenças entre influenza, coronavírus e resfriado

Entenda as diferenças entre influenza, coronavírus e resfriado

Médicos infectologistas apontam as caraterísticas de cada uma dessas doenças e como se proteger delas

Publicado em 3 de março de 2020 às 15:05

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Amostra laboratorial do coronavírus, que pode causar desde resfriados comuns até SARS e MERS. (Center for Desease Control and Prevention)

A presença de um novo coronavírus tem deixado o mundo em alerta para uma epidemia. Mas qual a diferença entre um  simples resfriado, uma gripe qualquer ou algo mais grave?  A Gazeta ouviu infectologistas para que pudessem apontar os sintomas e as diferenças esses tipos de doenças respiratórias.  

 Quando uma pessoa fala que ela está gripada, na grande maioria das vezes ela está com um resfriado comum, segundo  o infectologista Tálib Moysés Moussallem. "O resfriado comum é uma doença  caracterizada por congestão e secreção nasal. Pode ter um pouco de tosse, dor de cabeça e, eventualmente, febre baixa. Na maioria das vezes se resolve sozinho em no máximo em uma semana. O resfriado é tratado com analgésicos, hidratação e soro para limpar o nariz, prescritos por médico. O tratamento é em casa", pontuou. 

Em diferentes graus de gravidade, os médicos ouvidos são unânimes em afirmar que o coronavírus é mais danoso ao organismo humano. "Todos são vírus diferentes, mas que comprometem o aparelho respiratório, uns mais graves outros nem tanto. Porém, o  número de pessoas que evolui para a forma grave com o coronavírus é maior e, consequentemente, a letalidade também. O coronavírus afeta a superfície respiratória dos pulmões, causando insuficiência respiratória", observou o infectologista Crispim Cerruti Júnior. 

O coronavírus e o vírus da influenza  têm como sintoma comum a febre alta, que não é apresentada no resfriado.  A maior dificuldade é identificar quando é a gripe influenza e quando é  coronavírus. "São vírus diferentes, mas causam síndromes gripais parecidas e que só conseguimos diferenciar fazendo os exames de sequenciamento genético do que está acometendo o trato respiratório do paciente. A diferença só se identifica com o exame", observou a infectologista Rúbia Miossi.  

De acordo com o médico Moussalem, o coronavírus é um vírus conhecido desde o século XX e causava de 10 a 30% dos resfriados comuns. A partir do século XXI, passaram a ser identificados coronavírus que podiam causar doenças com sintomas semelhantes à  da influenza. "São vírus que conseguiram se recombinar de animais passando para seres humanos, se adaptaram, o que não tínhamos conhecimento. Ainda não temos tratamento para ele específico", pontuou. 

O médico apontou que contra o vírus da gripe influenza já há vacina e orientou: "É fundamental que assim que começar a campanha de gripe todos se vacinem. Ela não protege contra o coronavírus, mas ela protege contra gripe que é mais disseminada no nosso meio.  Caso o coronavírus chegue no Espírito Santo, já ajuda os médicos a descartarem alguns diagnósticos". 

AS DIFERENÇAS

Mulher com resfriado segurando lenço. (shutterstock)

RESFRIADO

  • congestão nasal
  • secreção nasal clara  ou amarelada
  • tosse leve
  • mal-estar
  • dor de cabeça
  • eventualmente febre baixa
  • tratamento em casa, com ingestão de líquidos, analgésico e limpeza do nariz com soro. Dura até uma semana.

Vacina contra a gripe. (Erasmo Salomão/Ministério da Saúde)

GRIPE INFLUENZA

  • febre alta
  • dor generalizada pelo corpo
  • dor de cabeça
  • dor de garganta
  • tosse forte
  • pode evoluir para complicações, sendo a principal delas a pneumonia, podendo levar à morte.
  • é mais intensa em idosos, crianças e pessoas com alguma doença que baixa a imunidade, como problemas cardíacos, pulmonares ou câncer.
  • possui vacina para prevenção e há medicação antiviral para tratamento, caso seja identificada no início. 

Coronavírus. (Agência Brasil)

CORONAVÍRUS

  • febre alta
  • dor generalizada pelo corpo
  • dor de cabeça
  • dificuldade de respirar
  • tosse forte
  • causa insuficiência respiratória, podendo levar à morte.
  • não possui vacina para prevenção e nem medicação própria para combate do vírus.

Vale ressaltar que as três doenças tem transmissão semelhante: contato com gotículas da doença. Por isso, mantenha distância de dois metros de pessoas com sintomas, lave as mãos com frequência, limpe-as com álcool em gel, evite o contato com olhos, boca e nariz, siga as regras de etiqueta ao tossir e evite aglomerações.  

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