A Praia da Curva da Jurema, em Vitória, que sofre há anos com o problema de erosão, vê o mar avançando cada dia mais. Mesmo assim, as obras de engordamento, que estavam previstas para julho, ainda não têm data para começar.
O processo de licitação para a seleção de empresas, para a obra na Curva da Jurema e também em Camburi, chegou a ser aberto, mas foi suspenso ontem para correções técnicas, de acordo com a Prefeitura.
O secretário interino de Meio Ambiente, Ademir Barbosa Filho, defende que a suspensão de editais de licitação é natural. De acordo com ele, este tipo de procedimento é feito para realizar ajustes e garantir um processo rápido de licitação.
Às vezes é preciso fazer o ajuste de uma palavra que pode gerar uma interpretação dúbia e com isso atrasar o processo. O que a gente está fazendo é corrigir este edital para trazer mais agilidade na execução dessas obras, disse.
Contudo, a data de publicação do edital ajustado não foi divulgada, nem mesmo o tempo que o processo de licitação deve levar.
ATRASOS
Em fevereiro, a intervenção para o engordamento nas praias foi prevista para ter início até o mês de julho deste ano. Em junho, a promessa da prefeitura mudou e estimou a entrega da obra completa até o verão. Porém, segundo o secretário, não é possível dizer quando a praia ficará pronta para uso.
Pode ser que haja um imprevisto durante o processo de licitação e atrase a obra. A gente está trabalhando para que isso não aconteça e que entreguemos a praia pronta no verão. Mas eu não posso dar certeza e nem dar uma previsão, isso seria um chute, disse.
RECLAMAÇÕES
A demora no início das obras e a falta de respostas da prefeitura têm gerado uma sensação de abandono nas pessoas que trabalham nos quiosques da Curva da Jurema. Para minimizar os impactos da erosão, os comerciantes têm retirado, por conta própria, a areia que avança todos os dias sobre a área dos quiosques.
Se o cliente não puder frequentar, como a gente continua trabalhando? questiona Ilair Rocha, 64 anos, proprietária de um dos quiosques.
Nós vamos ter que esperar mais quanto tempo para que esse problema seja resolvido? Nós já estamos cansados de falar sobre essa situação e não termos respostas. A questão é que nossas mãos estão atadas. Fica difícil contratar os caminhões de areia e fazer o trabalho por nossa conta, diz o gerente de quiosque Francisco Rodrigues.
A situação também incomoda os banhistas, dificultando a presença deles na praia. Quando a maré sobe, quase não sobra espaço na faixa de areia.
Na parte da praia que eu costumava frequentar a água avançou muito. É uma pena ter um lugar tão belo e não poder usar, reclamou a aposentada Viviane Pimenta, 58 anos, que não vê a hora que uma solução definitiva seja apresentada no local. Deveria existir um planejamento estratégico para solucionar o problema porque já fizeram vários aterramentos mas não adianta, finalizou.
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