O Espírito Santo está na disputa mundial por respiradores para equipar os leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) que estão sendo preparados para atender os pacientes com sintomas mais graves da Covid-19 no Estado. Segundo o governador Renato Casagrande, embora o Estado consiga disponibilizar 300 leitos desse tipo, há apenas 130 com respiradores disponíveis no momento. O risco é de não haver aparelhos suficientes para atender a todos que possam vir a necessitar desse auxílio, uma vez que a pandemia avançar pelo Estado.
Nos preparamos para um certo nível de pandemia, inicialmente com 300 leitos e com possibilidade de chegarmos a 400 leitos ou até mais, em termos de estrutura física. O problema são os respiradores, é equipar esses leitos. O mundo está comprando (respiradores), afirmou, em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (8).
Nesta semana, uma reportagem da TV Gazeta mostrou que a Santa Casa de Vitória havia preparado 10 leitos de UTI em isolamento para receber pacientes infectados pelo coronavírus. No entanto, faltavam respiradores, porque o produto não foi entregue pelo fornecedor. Segundo eles, o pedido foi aceito, mas quando chegou ao estoque, todos os equipamentos já haviam sido vendidos.
O novo prazo previsto pela empresa para a entrega dos respiradores da Santa Casa é em 60 dias.
Não dá para dizer ainda se estamos completamente seguros em relação aos leitos. Aqui nos preparamos para dois ou três meses, mas sabemos que a crise pode ser mais longa do que isso. Por isso, o nosso pedido para as pessoas usarem de tudo o que tiverem para ter disciplina asiática para não transmitir o vírus, enfatizou Casagrande.
Casagrande citou ainda a situação do Amazonas, onde o sistema de saúde já beira o colapso. Por lá, 95% dos leitos de UTI estão ocupados e a capacidade é de mais uma semana.
É bom que agente compreenda a necessidade de ser mais disciplinado. Sem isso, vamos exigir muito do sistema de saúde. Ainda não temos os respiradores todos, disse o governador do Estado.
O subsecretário estadual de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, aponta que, hoje, a rede pública dispõe de 130 leitos de UTI reservados para o atendimento a pacientes com a Covid-19, e todos são equipados com respiradores. A expectativa é para que outros 170 cheguem até o final deste mês para completar projeção do ES de ter, no mínimo, 300 leitos com os equipamentos.
O Espírito Santo não está sozinho na batalha por respiradores mecânicos. Na última semana, uma carga de 600 aparelhos que iriam para os Estados do Nordeste ficou retida em Miami, nos Estados Unidos. O pedido foi cancelado pela fabricante.
O próprio ministro da Saúde, Henrique Mandetta, afirmou que a concorrência com outros países fez com que empresas chinesas cancelassem contratos de compras de máscaras e respiradores que viriam para o Brasil.
No entanto, nesta quarta, o ministro afirmou, em entrevista coletiva, que a pasta fechou um grande contrato para comprar respiradores com quatro indústrias brasileiras. Uma delas entregará 6,5 mil respiradores em 90 dias. Segundo ele, esses fabricantes tinham produção limitada e, por meio de uma complexa articulação, expandirão sua capacidade.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta