Em plena pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o surto de outras doenças é o que menos se espera. Contudo, dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) não são nada animadores: o número de casos de dengue cresceu quase 50% e o de chikungunya é 17 vezes maior, num comparativo entre os anos de 2019 e 2020. Assim, as ações para conter a proliferação do mosquito Aedes aegypti, que transmite as duas doenças e também a zika, precisam ser mantidas.
No 11º boletim epidemiológico da dengue, que avalia o intervalo de 29 de dezembro de 2019 a 14 de março deste ano, houve 18.968 notificações. Ao longo do período, foram confirmadas duas mortes e 27 casos graves. A maior incidência nas quatro últimas semanas foi registrada em municípios da região Norte, mas Vitória também registrou alta concentração de casos - 581,1 - ficando em terceiro no ranking. No ano passado, foram 12.956 registros.
"O número de casos de dengue no Estado quase dobrou em relação ao mesmo período de 2019. Há uma preocupação maior com o sorotipo 2, porque leva a casos mais graves", aponta Roberto Laperriere Júnior, chefe do Núcleo Especial de Vigilância Ambiental da Sesa.
No mesmo período de avaliação, foram feitas 5.634 notificações para chikungunya - volume 17 vezes maior do que no ano passado. Há casos em nada menos do que 50 dos 78 municípios do Estado. No ano passado, foram 336 casos.
"É uma doença preocupante porque os sintomas são incapacitantes. Estamos reforçando as ações nos municípios com maior incidência da doença, com intensificação do controle químico. A maior incidência se dá na Grande Vitória", ressalta Laperriere.
Para ele, mais do que nunca a população deve intensificar os cuidados para evitar a proliferação do mosquito, checando e eliminando nas residências qualquer foco de incidência. A preocupação deve ser ainda maior por conta da pandemia de Covid-19.
Laperriere ressalta que, apesar das restrições a diversas atividades e recomendação para a população ficar em casa devido ao coronavírus, as visitas dos agentes municipais de saúde ainda estão mantidas.
"Faço um apelo à população para que receba os agentes e intensifique os cuidados em casa para evitar o avanço de casos de dengue e chikungunya. Os agentes deverão atuar devidamente protegidos, usando álcool em gel e máscaras quando necessário, e também identificando moradores que pertencem a grupos de risco nas residências", frisa o chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta