Com a regulamentação de consultas e cirurgias feitas à distância, a Secretaria Estadual de Saúde vai montar um grupo de trabalho para implementar esses procedimentos online no SUS no Espírito Santo. Uma resolução aprovada pelo Conselho Federal de Medicina permite que profissionais façam consultas, diagnósticos e cirurgias online - a telemedicina. A regra entra em vigor em três meses.
O secretário estadual de Saúde, Nesio Fernandes, afirma que a telemedicina já é uma realidade, lembrando que muitos médicos utilizam o Whatsapp, por exemplo, para orientar pacientes. A resolução estabelece regras para os procedimentos. Por exemplo, nos atendimentos por longo tempo ou de doenças crônicas, o paciente só pode ficar sem consulta presencial por no máximo quatro meses.
Já as telecirurgias não abrangem todas as especialidades e só poderão ser feitas em ambientes com infraestrutura e com no mínimo um cirurgião remoto e outro no local. O secretário disse que o grupo de trabalho deve apresentar até abril um plano de implementação das telecirurgias no sistema público de saúde do Estado.
"Qualquer cirurgia que pode ser feita com equipamento de endoscopia são cirurgias que tem segurança bem grande. Você tem hospitais referências como o Hospital Sírio-Libanês e o Hospital Israelita Albert Einstein e até hospitais públicos brasileiros que têm essa experiência e a gente tem como trazer para o Espírito Santo essas soluções", destacou o secretário.
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O presidente do Sindicato dos Médicos do Espírito Santo, Otto Baptista, aprovou a resolução. Diz que ela traz segurança jurídica para os profissionais e que pode reduzir filas e deslocamentos de pacientes do interior que precisam viajar horas e horas para se consultarem na capital.
"Agiliza situações que você vê filas quilométricas aguardando a oportunidade de exames, por dois, três, cinco anos; e ao mesmo tempo você tem a resolutividade que você consegue agendar e resolver. A telemedicina chega com uma vanguarda", opinou.
É muito comum ver pacientes que precisam enfrentar horas na estrada para se consultarem. Marusa Coutinho, costureira de Águia Branca, no Norte do Estado, veio a Vitória nesta terça-feira (05) trazer o pai para fazer um exame no Hospital das Clínicas.
Ela elogiou a resolução e contou a rotina árdua que eles passam quando o pai precisa se consultar. "Precisa acordar cedo. Tenho que acordar 2h para estar no ponto às 3h e chegar em Vitória quase 7h. Praticamente perco o dia porque só vou chegar em casa 20h", relatou a costureira.
O Conselho Federal de Medicina deve publicar no Diário Oficial da União as regras estabelecidas pela resolução que regulamenta a telemedicina.
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