Preparem o guarda-chuva, pois a notícia não é otimista. De acordo com a Defesa Civil do Espírito Santo, as fortes chuvas que estão atingindo o Estado desde a tarde de sexta-feira (3) devem continuar com a mesma intensidade pelo menos até a noite de domingo (5). Mesmo com a trégua na manhã e tarde deste sábado (4), os temporais tendem a voltar na parte da noite.
Uma Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) mantém as condições de instabilidade em todo o Espírito Santo. Há previsão de pancadas de chuva a qualquer hora (com maior chance de ocorrer no final da tarde e durante à noite) em todas as regiões, com risco de temporais isolados.
O tempo segue instável no domingo (5). Há previsão de pancadas de chuva com trovoadas a partir da tarde em quase todas as regiões capixabas. Há riscos de temporais isolados, sendo que em alguns trechos das regiões Norte e Nordeste a chuva ocorre de forma mais esparsa.
"Tivemos uma quantidade de chuva no Estado bem acima da média esperada para a época. Só na Serra, por exemplo, choveu em 24 horas quase 200 mm, mais que o dobro do esperado", afirma o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros do Espírito Santo, Carlos Wagner Borges.
O militar também adianta que o tempo, de acordo com a previsão, deve começar a melhorar somente na segunda-feira (6). "Lógico que isso pode mudar, pois estamos com várias áreas de instabilidade em todo o Estado. Somente os novos boletins podem definir a condição climática para os próximos dias", conclui.
A chuva que atinge o Espírito Santo desde a tarde de sexta-feira (3) deixou 31 pessoas desabrigadas em Aracruz, no Norte do Espírito Santo. A cidade registrou o segundo maior volume de chuva no Estado, nas últimas horas. Além disso, outras 25 pessoas estão desalojadas - abrigadas em casa de parentes ou amigos - em pelo menos seis municípios.
O boletim foi atualizado pela Defesa Civil às 11h deste sábado (4). Segundo o documento, os desalojados são de Nova Venécia (5), Colatina (6), Aracruz (2), Ibiraçu (4), Santa Leopoldina (4) e Cariacica (4). Na Serra, uma mulher morreu após a casa dela desabar. Em Vargem Alta, há registro de duas pessoas feridas.
O número de desalojados em Nova Venécia caiu de nove, na sexta, para cinco, neste sábado. Carlos Wagner Borges afirma que as pessoas devem voltar para suas casas apenas após a liberação do imóvel pela Defesa Civil. "Eu entendo que os moradores fiquem ansiosos para limpar suas residências quando a chuva dá uma acalmada. Mas essa situação é extremamente perigosa. Normalmente, são locais que correm riscos de desabamentos. Continuar nos abrigos públicos ou em casa de parentes e amigos ainda é a melhor solução para esse momento de crise", aconselha.
Os 31 desabrigados de Aracruz continuam em abrigos públicos oferecidos pela prefeitura da cidade. A Defesa Civil, e o Governo do Estado, garantem suporte para as cidades que não conseguirem dar assistência a todos os necessitados.
O tenente-coronel do Corpo de Bombeiros adianta que o Estado continua com quatro pontos de nível alto no Risco de Alerta emitido pela Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (CEPDEC). Na Serra, há riscos altos de desabamentos de terra, o chamado movimento de massa, em vários pontos do município. Além disso, a região também pode sofrer com vários pontos de alagamentos, os chamados riscos hidrológicos. "Há, também, riscos de deslizamentos altos em Aracruz e Itaguaçu", informa.
Ainda de acordo com o militar, as regiões do Estado que mais sofreram com alagamentos e, em alguns casos, até deslizamentos de terra foram: Serra, Cariacica, Aracruz, Castelo, João Neiva, Afonso Cláudio, Brejetuba, Itaguaçu, Muniz Freire, Ibiraçu, Monte Belo, Mucurici, Venda Nova do Imigrante, Domingos Martins e Santa Teresa.
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