"Estou com um sentimento de injustiça. Você se dedica o ano inteiro, mas no final percebe que não é uma questão de mérito, mas sim de sorte". O desabafo é da estudante Larissa Stork, de 18 anos, uma das alunas do Espírito Santo que pediram a revisão da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), após a constatação de erro na correção de cerca de seis mil provas, feita pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
A aflição de Larissa se justifica. Ela fez menos pontos que na prova do Enem 2018. Porém, segundo ela, o gabarito do exame dela não corresponde com os pontos que ela obteve, assim como de outros colegas que também realizaram o exame e mandaram e-mail para o Inep.
"Eu acertei 20 questões a mais que no ano anterior e tenho a mesma nota, praticamente. Isso não é coerente. Meu ano todo foi estudando, uma situação como essa nos faz desacreditar na prova", completou Larissa, que pretende tentar Medicina. Até às 20 horas desta segunda-feira (20), a estudante não havia recebido retorno do e-mail que enviou ao Inep exigindo uma nova correção da prova.
Os Inep deu um prazo para até às 10 horas desta segunda-feira (20) os alunos que se sentiram prejudicados pudessem enviar um e-mail solicitando uma nova correção. Ao todo, 172 mil estudantes enviam e-mail. O Inep não informou quantos são do Espírito Santo.
O professor e diretor do colégio Up, Fábio Portela, disse que essa situação causa descrença na prova. "Isso faz com que o Enem perca credibilidade e a confiança das pessoas. Imagine que você estudou o ano interior para realizar um sonho e por um erro da organização não consegue? Isso causa muita insegurança nos alunos, que já passaram por um ano de ansiedade e instabilidade emocional muito grande", observou.
Portela também observa a necessidade de mais cuidado com a organização do Enem. "Essa situação do Enem 2019 nos faz questionar até que ponto o governo dá conta de aplicar uma prova de âmbito nacional num país de dimensões continentais. Trata-se de uma questão de gestão", afirma o professor.
Por volta das 17 horas desta segunda-feira (20), o diretor do Inep, Alexandre Lopes, deu coletiva para jornalistas e explicou que o problema das provas foi na impressão, ainda dentro da gráfica. O diretor afirmou ainda que 95% das provas com problemas estão nos estados da Bahia e de Minas Gerais.
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