Um incêndio ocorrido em um prédio histórico do Centro de Vitória, no último dia 28 de abril, reascendeu o alerta quanto ao estado de conservação de alguns edifícios da região e também sobre o possível risco de novos incidentes com fogo. Em outras ocasiões já foi relatado que alguns imóveis do bairro contam com ligações elétricas clandestinas e não passam por manutenção preventiva.
> Incêndio destrói lojas em prédio histórico na região do Parque Moscoso
Um desses casos é o edifício Santa Cecília, que pertence à prefeitura de Vitória e há pelos menos dois anos é ocupado pelas atuais famílias sem teto. Comerciantes da região convivem com o medo de acidentes e dizem que o local tem ligações elétricas e hidráulicas irregulares.
O tenente-coronel do Corpo de Bombeiros do Espírito Santo, Carlos Wagner Borges, explicou o dever de fiscalizar a estrutura e as possíveis ligações elétricas irregulares nos prédios históricos é do poder público municipal, e não do Corpo de Bombeiros. O militar explicou que os alvarás relacionados à questão elétrica são concedidos após avaliação de engenheiros do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES).
"A fiscalização da estrutura física da edificação compete ao poder público municipal, principalmente quando se trata da questão dos prédios históricos que temos na cidade de Vitória. A nossa cidade está envelhecendo, com o envelhecimento surgem também os problemas como os incêndios, quando a edificação não tem toda a questão de manutenção preventiva, principalmente nas instalações elétricas e hidráulicas", disse.
MANUTENÇÃO PREVENTIVA
O prédio que pegou fogo no último sábado é um imóvel particular e não pertence à Prefeitura de Vitória. O tenente-coronel Carlos Wagner Borges explicou o fogo começou do lado de fora da loja, após uma pessoa em situação de rua colocar fogo um colchão. No entanto, o militar destacou que, mesmo em casos semelhantes ao que aconteceu no prédio histórico, onde o fogo é colocado por terceiros, a realização de manutenção preventiva diminui os danos de incêndio.
As edificações mais antigas têm um risco maior de ter um incêndio, principalmente nas questões elétricas, em virtude de curto-circuito ou superaquecimento da fiação. Tudo isso pode facilitar o surgimento de um incêndio em uma proporção muito maior do que para alguém que esteja com uma perfeita manutenção da edificação, avaliou o tenente-coronel.
COMERCIANTE RECLAMA DE PRÉDIO HISTÓRICO
Na manhã desta sexta-feira (3) a reportagem da CBN Vitória conversou com o proprietário de uma loja que funciona no histórico edifício Santa Cecília, próximo do Parque Moscoso, que pertence à prefeitura de Vitória. O comerciante pediu para não ser identificado e revelou que vai fechar o seu negócio nas próximas semanas, por causa do estado ruim de conservação do do edifício. A parte superior do prédio é ocupado por famílias sem-teto e o comerciante argumenta que o local está com ligações elétricas e hidráulicas irregulares.
O comerciante afirma que o prédio está com várias infiltrações. Para evitar prejuízos com as goteiras, ele colocou uma lona e baldes em cima das mercadorias. O empresário também desliga os disjuntores da loja todos os dias quando vai embora, pois tem medo que um curto-circuito faça a loja ser incendiada.
O comerciante diz que já pediu para a prefeitura resolver a situação, mas recebeu uma resposta informando que não seriam realizadas obras enquanto a prefeitura não tivesse autorização judicial para retirar as famílias do prédio.
PREFEITURA AGUARDA DECISÃO JUDICIAL
Em relação à falta de fiscalização no edifício Santa Cecília, a Prefeitura de Vitória informou que o imóvel está em processo de reintegração de posse, aguardando decisão da Justiça. Não houve posicionamento sobre fiscalização da rede elétrica do prédio.
Sobre o prédio histórico que pegou fogo no último final de semana, a Defesa Civil de Vitória informou que o imóvel está totalmente interditado pelo órgão e que um laudo pericial será realizado. O proprietário pode efetuar a limpeza do local e protocolar pedido na Secretaria de Desenvolvimento da Cidade para efetuar obras emergenciais de reconstrução.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta