Dez de abril não é uma data muito festiva na família da securitária Kathyanna Alves Fagundes. Neste dia, há pouco mais de quatro anos, ela perdia a irmã, a auxiliar administrativa Polyanna Alves Fagundes, vítima da doença de Crohn, uma patologia inflamatória do trato gastrointestinal. Luto, tristeza e lamento poderiam ser os únicos elementos que marcaram essa morte precoce, aos 30 anos, mas Polyanna deixou muito mais que saudades e presenteou os seus familiares com um legado de fé e esperança.
A herança transmitida por essa devota da padroeira do Estado foi uma promessa que ela própria fez, em 2016, meses antes da Festa da Penha. A bênção desse voto iria para a irmã Kathyanna, que realmente garante ter sido agraciada. A promessa, porém , não pôde ser cumprida por Polyanna, que morreu às vésperas das homenagens à santa e das romarias, o período em que iria pôr em prática a missão proposta.
Poucos antes da morte dela, eu estava no meio de uma investigação da possibilidade de um malignidade no seio. Ela, Polyanna, fez a promessa: se todos os exames que eu fizesse descartassem o câncer na mama, faríamos a doação de água para os participantes da Festa da Penha. Isso foi em fevereiro de 2016. Em abril daquele mesmo ano, nós a perdemos, repentinamente. Foi um grande baque para a nossa família. Como estava muito em cima da Festa da Penha, não conseguimos nos organizar para fazermos a doação em 2016. Começamos a cumprir a promessa em 2017. No início, era um pouquinho só de material doado, mas, no ano seguinte, já aumentamos muito, contou Kathyanna, de 31 anos.
Entre compras e doações de amigos, a família chegou a distribuir 2.300 unidades de garrafas de água em uma única edição da Festa da Penha, em 2018. Com essa quantidade, foi preciso transportar tudo em uma Kombi oferecida por um amigo.
Também em 2018, a família sofreu um outro baque. O patriarca foi diagnosticado com câncer no pulmão, com metástase no cérebro, no fígado e nos rins, e novamente as intercessões deram resultado. Para nós, foi um grande desafio. E mais uma vez nós pedimos à Nossa Senhora da Penha para que ela nos desse essa vitória. Milagrosamente meu pai, depois de passar por uma cirurgia de nove horas no cérebro, está vivo, em tratamento, mas com qualidade de vida, vivendo muito bem. Para nós, de fato, isso foi uma vitória, disse Kathyanna.
Nesta edição de 2020, a família, por recomendações, já havia decidido pausar as doações por causa do perigo de contágio do novo coronavírus, antes mesmo de a organização anunciar a suspensão da programação presencial.
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