As famílias expulsas por criminosos do Morro da Piedade, em Vitória, em junho de 2018, ainda estão aguardando para começar a receber o aluguel social. Cerca de 40 famílias tiveram a esperança de receber o auxílio a partir do último mês de abril, quando tiveram uma decisão favorável da Justiça.
No entanto, a Prefeitura de Vitória e o governo do Estado recorreram da decisão, e ainda não há data prevista para que as famílias recebam qualquer quantia em dinheiro. De acordo com a decisão tomada pelo desembargador Jorge Nascimento Viana, as famílias expulsas da Piedade receberiam o aluguel social por um período de até 18 meses.
A coordenadora cível da Defensoria Pública do Espírito Santo (DPES), Maria Gabriela Agapito, afirmou que, enquanto não recebem o aluguel social, muitas das famílias continuam passando por dificuldades. "Elas ainda estão em uma situação difícil", explicou.
PEDIDO PARA QUE DECISÃO JUDICIAL SEJA CUMPRIDA
Maria Gabriela Agapito também afirmou que a Defensoria Pública já recorreu, solicitando a Justiça para que a decisão proferida em abril seja cumprida enquanto os recursos não são julgados.
"A Defensoria fez o pedido para que, enquanto não houvesse a decisão definitiva desse recurso, essa decisão fosse cumprida. A gente entende que as famílias estão há muito tempo em uma situação de vulnerabilidade, que é agravada com o tempo sem uma resposta positiva do Judiciário", opinou.
MELHORIAS NO MORRO
Enquanto a situação dos moradores que deixaram a comunidade não é resolvida, a defensora pública Maria Gabriela Agapito também disse que os moradores que continuam morando no morro cobram por melhorias na oferta de serviços públicos, como a limpeza das escadarias e maior frequência na coleta de lixo.
Sobre esses serviços, o secretário de Cidadania, Direitos Humanos e Trabalho de Vitória, Bruno Toledo, afirmou que eles foram retomados nos últimos meses e que serão intensificados.
Segundo o secretário, um dos focos da prefeitura para melhorar a qualidade de vida na comunidade é conseguir alternativas para que jovens da Piedade tenham acesso ao primeiro emprego, com a prefeitura buscando parcerias com empresas do setor privado.
"Eu tenho feito conversas com o setor empresarial, tenho ido a grandes empresas, para que eles possam aderir a essa proposta da prefeitura, para que os adolescentes contratados através do programa de aprendizagem seja contratos via prefeitura. A gente tem capacidade de dizer qual adolescente mais precisa do primeiro emprego", explicou Bruno Toledo.
HISTÓRICO DE CRIMES NO BAIRRO
A crise de insegurança no Morro da Piedade teve início em março de 2018, quando criminosos de bairros rivais fizeram invasões no bairro e mataram dois irmãos que não tinham envolvimento com o tráfico de drogas.
A maior parte das expulsões de moradores aconteceram em junho do ano passado, quando cerca de 40 famílias deixaram o bairro e muitas casas ficaram vazias. No último dia 20 de junho duas casas foram incendiadas na Piedade, em um caso que a polícia afirmou ter relação com a disputa pelo comando do tráfico de drogas.
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