As notificações de casos suspeitos para o novo coronavírus (Covid-19) têm chegado em uma velocidade tão intensa que o Laboratório Central do Espírito Santo (Lacen-ES) não está conseguindo dar a resposta na mesma rapidez, e diagnósticos demoram mais do que o previsto pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). O governo reconhece a dificuldade e iniciou um processo de compra para novos testes, a fim de ampliar a cobertura de pessoas examinadas e oferecer resultados no menor tempo possível.
O governador Renato Casagrande, em entrevista coletiva nesta sexta-feira (20), disse que já foi iniciado o processo para a compra dos testes, mas que não está sendo fácil. "A demanda é grande e o preço está muito alto, mas compraremos. Não teremos como ofertar testes a todos, mas poderemos ter uma boa amostragem para orientação de políticas públicas", destacou.
Para o secretário estadual da Saúde, Nésio Fernandes, será possível ampliar a capacidade de testagem com um padrão novo, que é o teste em tempo real. Ele afirma que a cotação já foi iniciada, a autorização para a compra está feita, porém, ainda são necessárias algumas validações - do Ministério da Saúde e da própria Sesa - sobre protocolos para aplicação.
"Vamos fazer uma pactuação de como aplicar esses testes. Se será na população de risco, nos trabalhadores das UTIs, ou outro perfil. É preciso definir um conjunto de critérios antes", explica.
Questionado sobre o volume de testes e a partir de quando serão realizados, Nésio Fernandes informa que não é possível fazer estimativas enquanto os protocolos não forem fechados. Outra dificuldade é o fato de o material ser importado, da China e dos Estados Unidos, e com as restrições de importação impostas pelo próprio coronavírus, o processo pode ser um pouco mais demorado do que o habitual.
O secretário acrescenta que o Ministério da Saúde também está com um processo de compra de 500 mil testes para distribuir para os Estados, mas a quantidade que caberá ao Espírito Santo não está definida, nem a partir de quando será contemplado.
Atualmente, cabe ao Lacen realizar os exames no Estado e, inicialmente, a estimativa era de que o resultado fosse divulgado em até 36 horas. Em entrevista à TV Gazeta nesta sexta, Nésio Fernandes chegou a falar em 48 horas. Contudo, depois reconheceu que o grande volume de notificações que chega ao Lacen pode fazer esse prazo ser ainda maior. "Mas os casos suspeitos graves testamos no mesmo dia", assegura o secretário.
Hoje, no Lacen, o tempo de análise para a Covid-19 é de até seis horas, porém o exame específico para a doença só é realizado depois que forem descartados outros tipos de vírus, como os da Influenza A (H1N1 e H3N2) e B. É nessa fase que pode demorar. Esta etapa apenas é pulada quando o paciente apresenta um quadro mais grave, com febre alta e sintomas respiratórios, e relato de viagens ao exterior ou contato com pessoa sabidamente infectada.
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