> >
Governo do ES libera médicos de curso para reforçar combate ao coronavírus

Governo do ES libera médicos de curso para reforçar combate ao coronavírus

Dentistas e enfermeiros também estão na lista.  Eles terão uma jornada ampliada para garantir a assistência da população

Publicado em 25 de março de 2020 às 15:30

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
 Médicos estão sendo enviados para ajudar no combate ao novo coronavírus
Profissionais de saúde vão dedicar mais horas ao atendimento de pacientes para enfrentar o coronavírus. (Ashkan Forouzani/ Unsplash)

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) suspendeu a parte teórica do Programa Estadual de Qualificação da Atenção Primária à Saúde (Qualifica-APS) para garantir que os 409 profissionais que estão em formação possam dedicar mais tempo de sua jornada, neste período de crise provocada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), para o atendimento da população nos 76 municípios em que atuam. 

São médicos, enfermeiros e dentistas que vão direcionar mais 8 horas semanais do seu período de formação em saúde da família para dar suporte na rede de atenção básica das cidades que aderiram ao programa da Sesa. Quelen Tanize Alves da Silva, diretora-geral do Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (Icepi), explica que houve um aumento na demanda dos municípios devido ao avanço da Covid-19, ao mesmo tempo em que alguns profissionais de saúde se afastaram do trabalho.

Quellen diz que, também em virtude da nova doença, os trabalhadores que se encaixam nos grupos de risco, como idosos e gestantes, tiveram que deixar o atendimento nas unidades de saúde e, por isso, será importante a contribuição dos 409 profissionais que estão em formação. 

"Há municípios que estão ficando sem 30, 40% de sua força de trabalho devido aos afastamentos. Então, quando liberamos os profissionais da parte teórica e teórica-prática, que representa 20% da sua formação, permitimos dar um reforço nos municípios. Eles já fazem parte da equipe de assistência desde dezembro, mas agora vão ficar mais horas à disposição", aponta a diretora do Icepi.

A medida vale pelo período de maior emergência na assistência em saúde decorrente da Covid-19. "Cerca de 80% das pessoas infectadas desenvolvem a doença de maneira mais branda, e o máximo de que vão precisar é da assistência básica de unidades de saúde. Por isso é importante esse reforço. Depois desse cenário, vamos nos organizar para recuperar esse momento de formação", assegura Quellen, que destaca ainda que o programa visa à formação de profissionais para atuação em saúde da família, melhorando a oferta da assistência básica nos municípios.

ESTUDANTES DE MEDICINA

Diante do avanço dos casos de Covid-19 no Estado, há uma possibilidade de ser necessário também recorrer à parceria com instituições de ensino superior para que estudantes de Medicina contribuam no trabalho de assistência. Algumas já manifestam seu posicionamento.

Questionada, a Faculdade Multivix informou, por meio da assessoria, que estará presente ativamente, na parceria com as secretarias municipais e de Estado da Saúde, e também com a sociedade, para auxiliar no combate à doença.

"Sendo assim, a força extra da instituição está para acontecer de forma organizada e coordenada, nos próximos dias. Neste momento, a instituição está se planejando e estruturando para que as ações possam ser efetivas e, assim, alcançar os objetivos nesta tarefa que está no DNA de todo médico e de todo estudante de Medicina, que é auxiliar os pacientes. Além de auxiliar os gestores de saúde, que demonstram liderança e assertividade nas ações, os estudantes poderão aprender lições preciosas para a sua vida", reforça a Multivix, em nota.

A Universidade de Vila Velha (UVV) também se mostra disponível, esperando apenas o ajuste de algumas recomendações. "A UVV, junto com entidades de representação estudantil e das escolas medicas nacionais, está aguardando a adesão do governo estadual à Portaria 492, de 23 de março de 2020 do Ministério da Saúde, que trata da participação de alunos do 5º e 6º anos do curso de medicina e outros da área de saúde, nas ações estratégicas de enfrentamento da pandemia de coronavírus. Tão logo a Sesa se pronuncie a respeito das necessidades, os alunos da UVV poderão ser integrados a essa estratégia", destaca a instituição, em nota.

Já, na Ufes, a princípio os estudantes de Medicina não deverão participar desse trabalho. Em nota, assessoria da instituição diz que as atividades presenciais da Ufes estão suspensas, até 29 de março, conforme decisão do Conselho Universitário. Isso inclui as atividades práticas nos hospitais realizadas por estudantes finalistas de Medicina.

"A decisão de não expor os acadêmicos foi tomada no dia 17 de março, em reunião entre os coordenadores dos cursos do Centro de Ciências da Saúde (CCS) e a direção do Centro. Após ouvir os representantes dos hospitais da Grande Vitória, chegou-se à conclusão que estes não teriam condições, neste momento, de fornecer Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) em número suficiente para os estudantes da Universidade", conclui.

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais