A tensão provocada pelos ataques criminosos na Avenida Leitão da Silva e que se espalharam por outros pontos da Grande Vitória, com toque de recolher, se intensificou quando passaram a circular em redes sociais e aplicativos de mensagem informações sobre nova greve da Polícia Militar. O assunto foi tratado como boato pelo governo, que promete investigar para identificar a fonte das chamadas "fake news."
Três anos após aquele fevereiro caótico, com mais de 200 mortes, assaltos e saques a comércio, a possibilidade de uma nova paralisação dos militares foi disseminada em grupos, relacionando a suposta greve ao fato de que a categoria não aceitou a proposta de reajuste apresentada pelo Executivo. E que os bandidos só conseguiram promover a ação desta sexta-feira (14) porque as polícias estão em "operação padrão".
O secretário reconhece que há muitos anos existe insatisfação salarial, porém ressalta que o governo está negociando para a "devida valorização".
O comandante-geral da PM, coronel Marcio Eugenio Sartório, acrescenta que os ataques na Leitão da Silva e outros pontos foi criminoso, e não tem nenhuma relação com a negociação salarial que abrange não apenas militares, mas também policiais civis e bombeiros. A ação, segundo ele, envolve o tráfico e organizações que promoveram ataques com padrão terrorista.
A operação padrão é uma estratégia que foi definida em assembleia por policiais civis que integram a Frente Unificada, grupo que reúne representantes de todas as polícias que buscam reajuste salarial na área da Segurança, que poderá ser adotada se as negociações com o governo não forem adiante.
A operação se traduz em um rigor maior no registro de ocorrências, segundo Junior Fialho, presidente da Associação dos Investigadores de Polícia Civil (Assinpol), podendo levar a atrasos na realização de flagrantes e investigações. Não é greve, mas, de todo modo, a mesa de negociação com o Executivo ainda está aberta.
Questionado sobre o assunto, o governador Renato Casagrande garantiu que os policiais não estão em operação padrão no momento e elogiou a atuação de todos diante dos ataques iniciados na Leitão da Silva.
A proposta do Estado é de conceder um reajuste para os servidores que atuam na área de segurança de 30% a 35%, parcelado até o final de 2022. A proposta contempla 4% na folha de julho deste ano. O mesmo percentual seria oferecido ainda nos meses de julho dos anos de 2021 e 2022. Além disso, no mesmo período seria paga a recomposição salarial da inflação, que em dezembro de 2019 resultou em um reajuste de 3,5%. Para os praças da PM - subtenentes, sargentos, cabos e soldados -, haveria ainda um acréscimo de 5%, com a incorporação de escalas de serviço. O projeto teria que ser encaminhado para a Assembleia Legislativa. A Frente Unificada reivindica 55% e a contraproposta será avaliada.
O governador Renato Casagrande também fez uma postagem em suas redes sociais, no início da noite, para alertar as pessoas sobre o compartilhamento de boatos, que podem aumentar o pânico na população.
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