Fevereiro de 2017 teve o cenário de uma guerra urbana não declarada no Estado. Com ruas vazias, o comércio registrou uma onda de arrombamentos, saques e roubos. Além disso, 219 pessoas foram mortas em um dos meses mais sangrentos do Espírito Santo. Nas portas dos batalhões, esposas e amigos de policiais militares bloqueavam a saída das viaturas e dos agentes. Sem policiamento nas ruas por 22 dias, houve um massacre.
A greve da Polícia Militar deixou rastros também na economia capixaba. Somente no comércio houve uma perda de R$ 300 milhões. A estimativa é da Federação do Comércio e Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-ES). O valor não inclui as depredações e os assaltos. Pelo menos 300 lojas foram saqueadas e depredadas e o prejuízo calculado nesses casos gira em torno de R$ 30 milhões. Só na Capital, 200 estabelecimentos sofreram ataques.
Muitos comerciantes até hoje trabalham para pagar empréstimos feitos na tentativa de recuperar os prejuízos. Os números são resultados de lojas que foram invadidas por pessoas que se aproveitaram do clima de insegurança.
Um dos mortos durante a greve foi o adolescente Fábio Dias Silva, de 14 anos. Ele e mais três amigos, com uma arma de brinquedo, tentaram assaltar passageiros de um ônibus do Transcol, mas foram agredidos pela população. Fábio morreu com traumatismo craniano. Para a mãe da vítima, Sirleide Dias Silva, 42, a anistia é injusta.
Não apoio e nem sabia o que meu filho estava fazendo. Mas ele morreu em um momento em que o estado vivia um caos. Os PMs deveriam responder pela greve porque muitas pessoas foram assassinadas e alguns nunca foram encontrados, lamenta.
NÚMEROS
22 dias
Foi o tempo da greve
A paralisação teve início do dia 4 de fevereiro e durou 22 dias. Durante esse tempo, houve um cenário de uma guerra urbana não declarada no Estado. Com ruas vazias, arrombamentos, saques, e roubos e assassinatos.
219 pessoas
Foram assassinadas
Durante a greve da Polícia Militar em fevereiro de 2017, o número de homicídios foi tão grande em pouco tempo que no DML de Vitória houve superlotação, com corpos amontoados em gavetas e no chão.
R$ 300 milhões
É valor de perda que o comércio teve
Ao todo, 300 lojas foram saqueadas e depredadas e o prejuízo calculado nesses casos gira em torno de
R$ 300 milhões. Só na Capital, 200 estabelecimentos sofreram ataques.
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