O primeiro dia de negociações entre rodoviários e empresas para definir reajuste de salários e outras demandas aconteceu na tarde desta segunda-feira (2), no Ministério Público do Trabalho (MPT), em Vitória. A reunião contou com a presença de membros dos sindicatos patronal e dos rodoviários. Novas reuniões já estão previstas para esta terça-feira (3) e quarta-feira (4).
Ao todo, serão três dias de negociações entre as partes para tentar chegar a um acordo referente às reivindicações dos trabalhadores e impedir que a greve aconteça. As reuniões foram definidas após uma audiência de conciliação realizada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) do Espírito Santo, na última sexta-feira (29).
O próximo encontro acontecerá às 13h desta terça-feira (3), também no Ministério Público do Trabalho. O terceiro e último, está previsto para o dia seguinte, no mesmo horário e local. Ainda nesta quarta-feira (4), também acontecerá uma assembleia dos rodoviários, que decidirá se a categoria aceita ou não a proposta negociada.
Iniciada às 13h20, a primeira das reuniões durou aproximadamente duas horas e contou com a presença de representantes do Sindirodoviários (Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Espírito Santo), do GVBus (Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória) e do Setpes (Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Espírito Santo).
Ao término da reunião, o diretor Elias Baltazar (GVBus) afirmou que, por enquanto, não houve mudança nas propostas iniciais. O sindicato, agora, será o responsável pelas negociações, em nome dos empresários, já que o Setpes abriu mão da participação, conforme consta na ata da audiência.
Do outro lado do impasse, o presidente José Carlos Sales (Sindirodoviários) ressaltou que esta foi apenas a primeira rodada de negociações, mas que foi possível conversar e que a entidade está disposta a chegar a um acordo, assim como os empresários. Quatro diretores do sindicato também estiveram presentes.
Por fim, a procuradora do trabalho, Maria de Lourdes Hora Rocha, que presidiu a audiência, mostrou-se confiante em um acordo. "Apesar de a assembleia poder não concordar com as propostas e de não precisar de um novo edital, nós não trabalhamos mais com a possibilidade de greve", garantiu.
Inicialmente, a greve dos rodoviários estava prevista para começar nesta segunda-feira (2), conforme edital publicado no último dia 28 de novembro. Após a audiência de conciliação da semana passada, porém, a paralisação foi suspensa. A tentativa de acordo foi intermediada pela desembargadora Ana Paula Tauceda Branco, que apresentou uma proposta para ambos os sindicatos. Confira:
O impasse no valor do reajuste dos salários é o principal motivo para a ameaça de greve. Contudo, outras reivindicações também contribuíram para o conflito entre empresários e rodoviários, como redução da jornada de trabalho e mudança da data-base. Veja o que está sendo pedido e oferecido pelas categorias:
Reajuste
Os rodoviários querem um reajuste de 9% nos salários, mais a inflação. As empresas ofereceram 2,54% em cima do salário, tíquete alimentação e plano de saúde. Os dois sindicatos voltam à mesa de negociação para discutir o valor proposto pela Justiça de 3,04%.
Plano de saúde
Os rodoviários querem que o plano de saúde seja pago integralmente pela empresa. Atualmente, o plano funciona de forma participativa e o trabalhador arca com parte do plano. O GVBus (Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória) ofereceu um reajuste de 2,5% no valor pago pelas empresas no plano de saúde.
Jornada de trabalho
Os rodoviários pedem que a jornada de trabalho seja reduzida para 6 horas. Hoje em dia, motoristas e cobradores trabalham 7 horas e 20 minutos, durante seis dias da semana. O GVBus disse que não discute redução de jornada de trabalho.
Data-base
A data-base é quando acontece as negociações de reajuste de salário dos empregados. Os rodoviários querem que a data-base passe de novembro para maio. De acordo com eles, isso possibilitaria uma negociação mais justa em relação à inflação e ao preço das passagens, que aumenta em dezembro. A Justiça propôs que a data-base seja em agosto. Este ponto também será negociado.
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