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HIV: duas pessoas são contaminadas todos os dias na Grande Vitória

HIV: duas pessoas são contaminadas todos os dias na Grande Vitória

Em todo o Estado,  15.538 pessoas com o vírus já fazem tratamento médico, de acordo com a secretaria de Saúde

Publicado em 8 de outubro de 2019 às 11:36

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Os exames que podem detectar a contaminação pelo HIV podem ser feitos em todos os municípios do Estado. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Duas pessoas são contaminadas todos os dias por HIV na Grande Vitória

De janeiro a setembro deste ano, 508 pessoas foram infectadas com vírus da Imunodeficiência Humana, o HIV, na Grande Vitória. A região mais populosa do Espírito Santo registrou, em 273 dias, mais de um novo caso por dia. Número que se soma a um índice já considerado alto, pois já são mais de 15 mil pessoas infectadas no Estado, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa).

O município com mais números de casos é Vila Velha, que até setembro registrou 219 novos registros da doença, seguindo pelo município da Serra que registrou 141 notificações.  Cariacica contabiliza 117 casos e Vitória tem 77 infectados. No Estado , 15.538 pessoas vivem com o vírus  HIV, número que pode ser ainda maior, pois muitos dos infectados não sabem de sua sorologia.

“Sabemos que existem 17 mil pessoas infectadas, pela prevalência de 0,5 pessoas infectadas por 100 mil habitantes no Brasil. Conhecemos 15.538 pessoas com HIV no Espírito Santo, mas sabemos que tem mais e só vamos descobrir se as pessoas fizerem o teste”, afirmou a coordenadora do Programa de IST/Aids da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Sandra Fagundes.

A infectologista Rúbia Miossi destaca que é comum que pessoas com HIV não ficarem doentes, e por isso é importante fazer o teste duas vezes por ano quando a pessoa mantém relação sexual com mais de um parceiro. O HIV, se não tratado, pode se desenvolver para Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) (Aids), doença crônica causada pelo vírus.

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Toda pessoa que teve relação sexual com mas de um parceiro diferente tem que fazer o teste pelo menos duas vezes por ano. Quem tem parceiro fixo e não usa preservativo também tem que fazer o teste. O HIV é um vírus que a pessoa pode ter e não ficar doente, por isso pode passar para outra pessoa sem saber

Rúbia Miossi
Infectologista
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Ainda segundo Rúbia, mais de 1.000 pessoas ficam positivas para o HIV todos os anos na Grande Vitória. A maioria dos novos casos, cerca de 70%, é entre jovens homens de 15 a 29 anos. “Existe a falsa sensação de que o HIV não está perto de mim. E os jovens continuam fazendo sexo sem preservativo”, alertou.

A coordenadora do Programa de IST/Aids da Sesa, Sandra Fagundes, afirma que o aumento de casos é porque antes de 2014 só a Aids era de notificação compulsória, e que desde aquele ano o HIV passou a ser quantificado.

“Você vê o aumento de casos porque estamos conhecendo os casos de HIV positivo no Espírito Santo agora. Antes de 2014, era conhecido apenas quantas pessoas estavam com Aids. A partir de 2014, com o teste rápido, estamos conhecendo as pessoas que estão infectadas pelo vírus”, afirmou Sandra, que destaca a necessidade de conhecer os casos para se oferecer tratamento.

“As pessoas acabam infectando outras sem saber que está infectada. O vírus pode ficar 10 anos sem fazer nenhum tipo de alteração no organismo do infectado. Se não fizer o exame, não vai saber que está com HIV”, alerta

PREVENÇÃO

Descobrir precocemente se está infectado permite o aumento da expectativa de vida, pois com o tratamento precoce a pessoa não  desenvolverá a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids). Por isso, é preciso realizar o teste de detecção do vírus com regularidade, buscar o tratamento imediatamente  e seguir todas as recomendações médicas. 

O diagnóstico é feito a partir da coleta de sangue, e pode ser feito em laboratórios ou por testes rápidos. Os exames também são realizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nas unidades de saúde e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA). Nos casos em que o resultado for positivo, a pessoa será encaminhada para tratamento e acompanhamento em um dos 26 Serviços de Atendimento Especializado (SAE) em HIV/Aids do Estado.

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