Cantada em coro nas varandas dos prédios na Grande Vitória, a música escolhida pelos cristãos para renovar a fé e despertar a confiança em dias melhores nestes tempos de pandemia foi um dos pilares da mensagem deste quinto dia da Festa da Penha.
Vamos sair desta, vamos sair. Por quê? Porque Ele vive, assim nós cantamos. Porque Ele vive, podemos acreditar no amanhã. Porque Ele vive, temor não há, pois eu bem sei que meu futuro, o nosso amanhã, está nas mãos do Senhor gerador de vida, gerador de encontros, disse o Frei Pedro de Oliveira Rodrigues, que conduziu a homilia na tarde desta quinta-feira (16) no campinho do Convento, em Vila Velha, fazendo uma adaptação à letra da canção entoada nos edifícios pelos fiéis.
Porque Ele Vive também foi cantada antes da palavra do frade franciscano, que destacou a manifestação do Senhor aos magos e o incentivo à paz: A Virgem Santíssima, a Mãe das Alegrias, espera que, depois desta pandemia, desta situação caótica, sejamos mais geradores e promotores de vida, de encontros, da paz, e não de discórdia. Estamos com saudades. Com saudades do abraço, do aperto de mão, de falar pessoalmente um ao outro o quão importante ele é para nós.
O encontro citado pelo religioso é baseado em dois outros narrados em passagens bíblicas: o do Jesus menino e sua família com os magos, que transbordou o coração da mãe de Deus de alegria, e o de Cristo ressuscitado com seus discípulos.
Ao longo da mensagem, a questão era recorrente: devemos nos perguntar se estamos sendo criadores de encontros ou de desencontros. Na epifania, no encontro com os magos, foram oferecidos ouro, incenso e mirra. E Jesus partilha com seus discípulos o pão e o peixe. A vida é feita de partilha. Onde existe concentração, Deus não está. Onde existe acúmulo, Deus não está, porque Deus é solidário, é fraterno, é partilha. Assim nos lembra o Salmo 8: criou tudo, mas não concentrou este tudo Nele, desejou ardentemente partilhar com todos os seres humanos a sua obra criada.
A celebração eucarística da noite, iniciada às 19h30, na capela, foi conduzida pelos padres Hugo Pereira de Souza e Roberto Natal, ambos da Área Pastoral Serra/Fundão. Em sua homilia, Padre Roberto lembrou que Jesus pede para ir a lugares desafiadores, algo que também é missão do fiel hoje.
O pároco ressaltou que líderes religiosos e políticos e profissionais de saúde precisam colocar em prática o cuidado com a vida, o dom supremo de Deus, que não pode ser descartada de maneira alguma. A vida, em tempos modernos, é uma tarefa, não algo determinado. É sim uma tarefa ainda incompleta, que clama por cuidados e novos reforços. Não naquela máxima do capitalismo compro, logo existo, como afirma o sociólogo e filósofo [Zygmunt] Bauman sobre o mundo líquido dos consumidores e até mesmo dos consumidores religiosos.
Na parte final da palavra, um questionamento para os dias atuais: Que filosofia de vida nossas gerações vão colocar em prática após o coronavírus passar no nosso meio? Será que vão chamar Maria de bem-aventura? Entre os humildes e humilhados, Maria pertence ao povo pobre e humilde que o Senhor protegeu. Ele escolheu Maria para ser a mãe e protetora.
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