A Comissão de Proteção à Criança e ao Adolescente* da Assembleia Legislativa do Espírito Santo quer saber o destino do dinheiro investido pelo Governo Estadual no Hospital Infantil, em Vitória. Aproximadamente R$ 63 milhões foram gastos com a Unidade nos últimos cinco anos, segundo a Comissão.
[*Erramos: anteriormente foi publicado o nome errado da Comissão. A informação foi corrigida às 17h55 desta terça-feira (17)]
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Apesar das inúmeras denúncias da precariedade do Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória, as irregularidades continuam. Em visita técnica, realizada no dia 6 de setembro, a Comissão de Proteção à Criança e ao Adolescente da Assembleia Legislativa encontrou diversos problemas na Unidade, entre eles portas quebradas, fios expostos, extintores vazios e vencidos.
"Há locais em que não há extintores, outros estão vazios. Mas o mais grave é a central de gás do hospital, que conta com apenas com um extintor que está vazio. É um risco iminente a toda sociedade, aos profissionais de saúde, a crianças e adolescentes que são pacientes do hospital", disse o deputado Lorenzo Pazolini, membro da Comissão, em entrevista à TV Gazeta.
De acordo com o deputado, já foram gastos mais de R$ 63 milhões na Unidade nos últimos cinco anos. Apesar dos gastos, a situação é de completo abandono. Por causa disso, a Comissão quer um levantamento para saber qual foi o destino deste recurso.
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"Mais de 61% desse dinheiro foi pago para apenas 5 empresas, é uma quantia extremamente elevada para poucas empresas. Nós queremos apurar e entender para onde foi parar esse dinheiro, o que foi feito com ele, a destinação destes recursos. Até porque, mesmo com todos esses gastos o hospital encontra em situação extremamente precária"
O relatório da vistoria vai ser encaminhado para o Tribunal de Contas, o Ministério Público Estadual e Federal e também para o poder judicial. A Comissão disse que vai cobrar explicações da Secretaria de Estado de Saúde (Sesa).
O QUE DIZ A SECRETARIA DE SAÚDE
Em entrevista à TV Gazeta, o secretário de saúde Nésio Fernandes explicou que os R$ 60 milhões foram usados para manutenção e custeio.
O valor para a manutenção predial daquela unidade foi pífio. Por isso aquela unidade foi recebida pelo nosso governo em condições muito precárias. Esse valor se refere a um conjunto de contratos de manutenção e custeio daquela unidade. São 127 leitos, milhares de pacientes atendidos, lá dentro funciona serviços de oncologia, de alta complexidade, que são serviços que exigem custeio, explicou o secretário.
ENTENDA
A situação de precariedade na estrutura do Hospital Infantil de Vitória se arrasta há pelo menos cinco anos. Em 2014, uma inspeção da Defensoria Pública identificou irregularidades na unidade, que já funcionava sem alvará do Corpo de Bombeiros e também da Vigilância Sanitária.
Em agosto, um princípio de incêndio no setor de Oncologia fez com que crianças fossem transferidas para outra ala da unidade. O incidente, provocado por um curto-circuito, foi o terceiro só este ano. Outros episódios aconteceram em fevereiro, no CTI e em agosto, na sala de Raio-X. Por causa disso, o Corpo de Bombeiros colocou uma viatura 24 horas dentro da unidade.
Por causa da situação, o governo avalia fechar o prédio onde funciona o Hospital Infantil. Ainda não foi definido se os serviços serão transferidos para outras unidades ou será construído um novo hospital. Por enquanto, o governo garante que faz reparos na rede elétrica e que as intervenções vão ser concluídas em seis meses.
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