As duas casas incendiadas por bandidos na noite desta quarta-feira (19), no alto do Morro da Piedade, em Vitória, foram alvos escolhidos por bandidos que queriam intimidar rivais e demonstrar poder de força. Essa é a avaliação do tenente-coronel Geovânio Ribeiro, comandante do 1º Batalhão da Polícia Militar, responsável pelo patrulhamento da região da Piedade.
"É um cenário de demonstração de forças entre grupos rivais. Um indivíduo que saiu do sistema prisional e estava na casa da mãe, uma das casas que foi incendiada. Esse indivíduo estava ameaçando o grupo de São Benedito e do Bairro da Penha.Aconteceu o deslocamento de um grupo de indivíduos armados que efetuaram diversos disparos e incendiaram essas residências. Inicialmente, se trata desse confronto entre grupos rivais", explicou o tenente-coronel da PM, ao vivo, durante entrevista na rádio CBN Vitória, na manhã desta quinta-feira (20).
A Polícia Militar afirma que as duas casas incendiadas pertencem a familiares de membros de um grupo criminoso que atua na Piedade. Uma das casas incendiadas pertence a Marly Ferreira Bispo, mãe de João Paulo Ferreira Dias. Ele é apontado como o chefe do tráfico da Piedade e está preso desde julho do ano passado.
A outra casa incendiada é o local onde moram os familiares de um homem de 30 anos, que seria aliado de João. Esse homem, que não teve o nome divulgado, passou um período preso por tráfico de drogas e ganhou liberdade no último dia 24 de maio. De acordo com a Polícia Militar, o grupo de criminosos do Bairro da Penha incendiou as casas para intimidar João Ferreira Dias e o seu comparsa que está em liberdade.
Ao falar sobre a presença da polícia no momento do crime, o tenente-coronel explicou que o patrulhamento existe e que os PMs estavam no momento de lanche. "Nós já tínhamos no dia a patrulha dedicada aquela situação. No momento que eles saem para se alimentar, aconteceu a ocorrência", disse Geovânio, explicando que a PM fez buscas no local, mas não conseguiu encontrar nenhum suspeito.
O CRIME
De acordo com testemunhas, Marly estava na companhia dos três netos quando os criminosos atacaram a casa da família Ferreira Dias. O grupo com mais de 10 criminosos teria quebrado diversos móveis e apontado armas para cabeça de duas crianças antes de ateares fogo em vários cômodos da residência.
De acordo com Marly, um dos bandidos entregou a ela uma munição de fuzil calibre 5,56 mm e aviso que matariam o filho dela, João Paulo Ferreira Dias. "Ele me deu uma bala de fuzil para entregar para a polícia e eu entreguei. Falou que a policia não servia para nada e me chamou de 'caguete', que eu denuncio eles para a polícia. Me diz como? Se eu moro aqui, e eles no Bairro da Penha", disse em entrevista ao Gazeta Online, afirmando que os bandidos juraram matar o filho dela.
Dois adultos e quatro crianças estavam na segunda casa incendiada. Moradores da residência afirmaram que os bandidos colocaram todos os moradores em um quarto e quebraram os móveis antes de iniciarem o incêndio. Os dois adultos e as quatro crianças receberam ordens para ficar com a cabeça abaixada e só foram liberados a sair da casa quando o incêndio já tinha começado.
Os ataques de criminosos que chegam à Piedade pela mata da Fonte Grande não são novidade na região. Desde março de 2018, seis pessoas já foram assassinadas nos bairros da Piedade e do Moscoso em situações muito parecidas, quando bandidos utilizam a mata para entrar nos bairros, promover ataques e ir embora.
O tenente-coronel Geovânio Ribeiro afirmou que o patrulhamento policial na região foi reforçado após o ataque desta quarta-feira: "Nós vamos fortalecer o policiamento ostensivo no local durante o feriado".
ATAQUE EM CASAS NA PIEDADE
Alvos: Duas casas foram incendiadas
Motivo: A Polícia Militar acredita que casas foram incendiadas por bandidos de fora da Piedade, com a intenção de intimidar criminosos da Piedade
De onde eram os bandidos que fizeram o ataque: Testemunhas e a Polícia Militar dizem que o grupo era formado por bandidos da região do Bairro da Penha
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