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Insatisfação da tropa é desafio do novo comandante da PM no ES

Insatisfação da tropa é desafio do novo comandante da PM no ES

A luta por aumento salarial, que não se encerrou com o fim da greve da Corporação em 2017,  é tida como um dos motivos que levaram à saída do comandante anterior, Moacir Barreto,  que alegou problemas de saúde para deixar o cargo

Publicado em 18 de novembro de 2019 às 23:13

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Coronel Márcio Eugenio Sartório assumiu o comando-geral da Polícia Militar do Espírito Santo. (PMES)

Um dos maiores desafios do novo comandante da Polícia Militar, coronel Márcio Eugênio Sartório, anunciado nesta segunda-feira (18) pelo governador Renato Casagrande, é controlar e encontrar uma solução para a insatisfação da tropa com as condições salariais. Diversas fontes do alto comando ouvidas por A Gazeta apontam que a situação não se acalmou nem com a anistia administrativa concedida em janeiro deste ano pelo governo do Estado e  nem com o reajuste de 3,29% anunciado para todos os servidores.

A mesma pressão por melhorias salariais, segundo as fontes ouvidas pela reportagem, também teria estimulado a saída do coronel Moacir Leonardo Vieira Barreto Mendonça, que deixou o cargo de comandante-geral por problemas de saúde. Ele não compareceu nem a reunião realizada na manhã desta segunda-feira com todos os coronéis, no Quartel de Maruípe, e nem à troca de comando. Seu discurso de despedida foi lido pelo subcomandante, coronel Aleksandro Ribeiro de Assis.

Uma solenidade bem diferente daquela que levou o coronel Barreto ao cargo, realizada em janeiro com a tradição militar, com a tropa presente, e a revista feita pelo governador, como pode ser conferido no vídeo  abaixo. Sartório recebeu o comando no gabinete que ocupará, no Quartel, sem a roupa de gala, sem a presença da tropa, na companhia de outros secretários.

Há informações de que Barreto teria pedido para sair do cargo há algumas semanas. O próprio Casagrande teria solicitado que ele aguardasse um pouco mais para deixar o posto que ocupava havia 11 meses. Mas a situação se tornou insustentável com o passar dos dias e resultou na troca de comando.

REAJUSTE BARRADO

O dilema de Sartório é atender a demanda da Corporação, endossada também pelos coronéis da ativa e os  reformados, em um governo  que concedeu um reajuste linear de 3,29% para todos os servidores anunciado no início de novembro. Segundo levantamentos de alguns militares, para o soldado isto equivale a um aumento de R$ 100.

Escolhido pelo próprio Casagrande, Sartório estava à frente do Comando de Policiamento Ostensivo Metropolitano (CPOM). No governo anterior, fez parte da diretoria de Saúde da PM no período pós-greve, e vivenciou de perto os dilemas enfrentados pela tropa que retornou ao trabalho sem que as suas principais reivindicações fossem atendidas. Fato que acabou resultando em inúmeros afastamentos por problemas de saúde, além dos casos de suicídio.

O novo comandante também faz parte da diretoria da Associação dos Oficiais Militares Estaduais do Espírito Santo (Clube dos Oficiais/Assomes) que, em junho deste ano, junto com outros sindicatos e associações da PM e ainda da Polícia Civil, lançaram a Frente Unificada de Valorização Salarial dos policiais civis, militares e bombeiros.

Eles chegaram a protocolar documento endereçado ao governador reafirmando "a precária situação de uma defasagem salarial inconcebível, decorrente da total ausência de uma política pública que inclua a valorização dos integrantes da segurança pública como meta de Estado", conforme relatado em nota do site da Assomes.

No mesmo documento disponível no site é destacado, ainda, que os representantes de classe das polícias Civil, Militar e Bombeiros  "informam aos seus associados que estão trabalhando incansavelmente para que a remuneração dos operadores da segurança pública capixaba esteja entre as melhores do País, condizente com o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado do Espírito Santo, que está em patamar muito acima da última colocação em nível nacional".

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A mesma Assomes, no último mês de setembro, também lançou o Projeto Político Militar (PPM), que trata da participação de pré-candidaturas de militares estaduais nas eleições de 2020.

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