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Juiz manda soltar, mas líder de facção no ES fica preso por outros crimes

Juiz manda soltar, mas líder de facção no ES fica preso por outros crimes

Em sua decisão, juiz explica que os policiais possuem condições de verificar a autenticidade de um documento, dificultando a ocorrência deste tipo de crime

Publicado em 20 de fevereiro de 2020 às 19:25

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Geovani Andrade Bento, o Vaninho. (Divulgação)

A Justiça federal suspendeu a prisão em flagrante de Geovani Andrade Bento, o Vaninho, de 24 anos, apontado como uma das lideranças do Primeiro Comando de Vitória (PCV), na região do Bairro da Penha, e ainda na lista dos bandidos mais procurados do Estado. Foi determinado ainda que fosse expedido o alvará de soltura, mas ele permanecerá detido em decorrência de outros mandados de prisão da Justiça estadual.

A prisão em flagrante de Vaninho ocorreu na tarde da última desta terça-feira (18), em uma operação da Polícia Rodoviária Federal. O acusado foi detido junto com outras quatro pessoas. De acordo com o superintendente da PRF, Amarilio Boni, a liderança do PCV usava uma CNH falsa, em nome de Natan, e a apresentou aos policiais, o que configuraria crime. A prisão em flagrante acabou sendo homolgada pelo juiz de plantão.

No entanto, a decisão foi revista pelo juiz da 1ª Vara Criminal Federal, Marcus Vinicius Figueiredo de Oliveira Costa. Em sua  decisão,  ele explica que os policiais possuem condições de verificar a autenticidade de um documento, dificultando a ocorrência deste tipo de crime. "Se a rotina de fiscalização torna inevitável que se flagre o uso de documento falso, resulta ser impossível a consumação do crime", diz.

Ele determinou ainda o relaxamento da prisão em flagrante. "A decisão tecnicamente correta a se tomar, diante da prisão ilegal, não pode ser senão seu relaxamento", assinalou.  Também repassou para a Justiça estadual a apuração do crime de falsidade documental e  mandou que fosse expedido o alvará de soltura. Neste último documento, o juiz ressaltou que existiam mandados de prisão em aberto contra Vaninho pelo cometimento de outros crimes.

OUTROS CRIMES E PROCESSOS

Contra Vaninho pesam outras acusações e processos que tramitam na Justiça estadual. Um deles é oriundo de uma denúncia apresentada pelo Ministério Público Estadual (MPES), contra 19 pessoas, incluindo Vaninho,  no final do ano de 2018,  resultado da Operação Concerto, e que resultou em mandado de prisão contra ele. No documento ele é apontado como uma das lideranças do PCV e que estaria por trás, inclusive, das mortes praticadas na Piedade naquele ano.

denúncia relata que o PCV tem angariado lucros em torno do tráfico de drogas na região do Bairro da Penha, expandido seu território com a ajuda do Trem Bala, seu braço armado, integrada por Vaninho e pelos outros denunciados. Além deste mandado, a reportagem identificou pelo menos outros três contra ele. Um deles por tentativa de homicídio contra três policiais, segundo informou o secretário de Segurança, Roberto Sá.

Prisão de Geovani de Andrade Bento, o Vaninho. (PRF)

MAIS PROCURADO

Vaninho estava na lista dos bandidos mais procurados do Estado, ao lado de outro bandido, Fernando Moraes Pereira, o Marujo, de 26 anos. A facção criminosa em que atua é apontada pela polícia como a responsável pelos ataques ocorridos na sexta-feira (14), realizados após a morte de um adolescente de 17 anos no Bairro Bonfim, durante operação da Polícia Civil.

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Segundo o secretário de Segurança Roberto de Sá, a prisão de Vaninho permitiu a retirada do mercado de um criminoso "extremamente violento". Quanto a uma possível reação dos criminosos à prisão, Sá informou não acredita que isto irá ocorrer, mas que o "Estado agirá com dureza para reprimir qualquer ação neste sentido".

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