A Justiça federal suspendeu a prisão em flagrante de Geovani Andrade Bento, o Vaninho, de 24 anos, apontado como uma das lideranças do Primeiro Comando de Vitória (PCV), na região do Bairro da Penha, e ainda na lista dos bandidos mais procurados do Estado. Foi determinado ainda que fosse expedido o alvará de soltura, mas ele permanecerá detido em decorrência de outros mandados de prisão da Justiça estadual.
A prisão em flagrante de Vaninho ocorreu na tarde da última desta terça-feira (18), em uma operação da Polícia Rodoviária Federal. O acusado foi detido junto com outras quatro pessoas. De acordo com o superintendente da PRF, Amarilio Boni, a liderança do PCV usava uma CNH falsa, em nome de Natan, e a apresentou aos policiais, o que configuraria crime. A prisão em flagrante acabou sendo homolgada pelo juiz de plantão.
No entanto, a decisão foi revista pelo juiz da 1ª Vara Criminal Federal, Marcus Vinicius Figueiredo de Oliveira Costa. Em sua decisão, ele explica que os policiais possuem condições de verificar a autenticidade de um documento, dificultando a ocorrência deste tipo de crime. "Se a rotina de fiscalização torna inevitável que se flagre o uso de documento falso, resulta ser impossível a consumação do crime", diz.
Ele determinou ainda o relaxamento da prisão em flagrante. "A decisão tecnicamente correta a se tomar, diante da prisão ilegal, não pode ser senão seu relaxamento", assinalou. Também repassou para a Justiça estadual a apuração do crime de falsidade documental e mandou que fosse expedido o alvará de soltura. Neste último documento, o juiz ressaltou que existiam mandados de prisão em aberto contra Vaninho pelo cometimento de outros crimes.
Contra Vaninho pesam outras acusações e processos que tramitam na Justiça estadual. Um deles é oriundo de uma denúncia apresentada pelo Ministério Público Estadual (MPES), contra 19 pessoas, incluindo Vaninho, no final do ano de 2018, resultado da Operação Concerto, e que resultou em mandado de prisão contra ele. No documento ele é apontado como uma das lideranças do PCV e que estaria por trás, inclusive, das mortes praticadas na Piedade naquele ano.
A denúncia relata que o PCV tem angariado lucros em torno do tráfico de drogas na região do Bairro da Penha, expandido seu território com a ajuda do Trem Bala, seu braço armado, integrada por Vaninho e pelos outros denunciados. Além deste mandado, a reportagem identificou pelo menos outros três contra ele. Um deles por tentativa de homicídio contra três policiais, segundo informou o secretário de Segurança, Roberto Sá.
Vaninho estava na lista dos bandidos mais procurados do Estado, ao lado de outro bandido, Fernando Moraes Pereira, o Marujo, de 26 anos. A facção criminosa em que atua é apontada pela polícia como a responsável pelos ataques ocorridos na sexta-feira (14), realizados após a morte de um adolescente de 17 anos no Bairro Bonfim, durante operação da Polícia Civil.
Segundo o secretário de Segurança Roberto de Sá, a prisão de Vaninho permitiu a retirada do mercado de um criminoso "extremamente violento". Quanto a uma possível reação dos criminosos à prisão, Sá informou não acredita que isto irá ocorrer, mas que o "Estado agirá com dureza para reprimir qualquer ação neste sentido".
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