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Justiça converte em preventiva prisão de assassino de Gerson Camata

Justiça converte em preventiva prisão de assassino de Gerson Camata

Ex-governador do Espírito Santo foi assassinado na Praia do Canto, em Vitória, na tarde desta quinta-feira (27)

Publicado em 27 de dezembro de 2018 às 18:30

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Marcos Venicio Moreira Andrade, 66 anos, foi preso em flagrante. ( Divulgação | Polícia Civil)

A prisão em flagrante de Marcos Venício Moreira Andrade, 66 anos, foi convertida no início da tarde desta quinta-feira (27) em prisão preventiva, por tempo indeterminado. Ele é o autor confesso do assassinato do ex-governador Gerson Camata, ocorrido em movimentada rua da Praia do Canto, Vitória.

O crime aconteceu por volta das 17h desta quarta-feira (26), quando Camata caminhava pela Rua Joaquim Lyrio em direção ao próprio carro. Ele foi abordado por Marcos Venicio, ex-assessor dele, que após uma breve discussão fez o disparo. O tiro, que saiu de uma pistola calibre 380, atingiu o ombro esquerdo e saiu pelo direito, atingido órgãos vitais importantes e matando Camata pouco minutos depois.

Na decisão, a juíza Raquel de Almeida Valinho, que presidiu a audiência de custódia, destaca a periculosidade do autuado (Marcos Venicio). 

Aspas de citação

Evidenciada pelas circunstâncias em que o crime foi cometido basta, por si só para embasar a custódia cautelar no resguardo da ordem pública, sendo irrelevante a primariedade, os bons antecedentes e residência fixa, restando clara a periculosidade do seu agente, tornando necessária a prisão preventiva

Aspas de citação

Ela ainda fez questão de salientar a ação criminosa. "Salienta-se, ainda, a ousadia da ação criminosa por parte do autuado (Marcos Venicio), que praticou o crime em plena luz do dia e e em local de grande fluxo de pedestres e veículos, em total desconsideração pela vida humana". Diante disso ela homologou a conversão da prisão em flagrante para a preventiva.

ARGUMENTOS

Marcos Venicio foi autuado ontem pela polícia, logo após prestar depoimento, por homicídio qualificado consumado em flagrante. Ele foi preso minutos após o homicídio em uma loja na Praia do Canto. No local também foi apreendida a arma utilizada por ele para matar Camata.

Em sua manifestação o promotor de justiça, representante do Ministério Público do Estado, Felipe Amorim Castellan, pediu a conversão da prisão em flagrante para preventiva, destacando a ousadia do autuado em cometer o crime em local de grande circulação e durante o dia, frisando a inviabilidade de medidas cautelares diversas da prisão, argumentando que Marcos Venicio, posto em liberdade, poderá coagir testemunhas.

Os advogados de defesa - Layla dos Santos Freitas, Junia Karla Passos R. Rodrigues e Zacarias Fernandes Moça Neto - pediram que o ex-assessor fosse posto em liberdade provisória durante a audiência de custódia, com ou sem o arbitramento de fiança. Os argumentos foram o de que ele é primário, possui residência fixa no bairro onde reside há mais de 40 anos, é pessoa idônea, e que possui problemas diversos de saúde.

"Eles podem piorar dentro de uma unidade prisional", assinalaram. Informaram ainda que ele não oferece risco e que já foi presidente da Banestes Seguros há alguns anos, e que se compromete a cooperar com a instrução processual. Os argumentos não foram aceitos pela juíza.

MOTIVAÇÃO

O ex-assessor de Gerson Camata (MDB) Marcos Venício Moreira Andrade, 66 anos, apontado pela polícia como o responsável pelo assassinato do emedebista, trabalhou com o político por cerca de 19 anos. A relação de confiança foi rompida de maneira conflituosa. Há dez anos, em 2009, Marcos denunciou um suposto caixa 2 de Camata ao jornal "O Globo".

Na época com 56 anos, Marcos relatou ao jornal "O Globo" mesadas de empreiteiras, recibos falsos de contas eleitorais e obrigação imposta a funcionários para que pagassem, com salários do Senado, despesas do então senador. As informações foram republicadas pelo Gazeta Online.

Camata sempre declarou que as acusações não eram verdadeiras. Também dizia que o ex-funcionário sofria de problemas psicológicos que comprometiam as alegações. As acusações de Marcos foram consideradas sem substância pela Justiça, que acabou o condenando a pagar indenização a Camata.

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Segundo Marcos Venicio, houve o bloqueio de R$ 60 mil em sua conta em decorrência de decisão judicial. Foi este o motivo da discussão que teve com Camata, na rua, e que resultou no homicídio.

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