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Letalidade do coronavírus é menor que de doenças que já estão entre nós

Letalidade do coronavírus é menor que de doenças que já estão entre nós

Segundo especialistas, há doenças infecciosas que circulam, às vezes até mais contagiosas e letais, que requerem atenção, como febre amarela, síndrome respiratória aguda grave (SARS) e dengue

Publicado em 10 de fevereiro de 2020 às 19:50

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Mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão dos vírus da dengue, febre chikungunya e Zika . (Agência Brasil)

Embora o novo coronavírus surgido em Wuhan, na China, cause preocupação às autoridades e população, essa não deve ser principal atenção do brasileiro por agora. Segundo especialistas, há outras doenças infecciosas que circulam que requerem maior atenção e podem ser mais contagiosas e letais. Exemplos disso são a febre amarela, a síndrome respiratória aguda grave (SARS) e a dengue.

A infectologista Rubia Miossi explicou que o coronavírus, que está acometendo mais adultos e matando principalmente idosos, tem taxa de letalidade baixa, em torno de 2%, ainda não possui casos confirmados no Brasil. Já a febre amarela, a SARS e a dengue, dependendo da época, são doenças que possuem taxas de letalidade altas e estão presentes no país. Por isso, requerem mais atenção da população.

“De janeiro a setembro de 2019 tínhamos a taxa de letalidade de 11,7% de SARS no Brasil, já a febre amarela de julho de 2017 a junho de 2018 a taxa foi de 31%. É um contrassenso me preocupar com uma doença que nem chegou, se há doenças que estão circulando no Brasil - que possuem vacina para prevenção - como a febre amarela e a gripe e que possuem taxas de letalidade altas”, contou.

Outra doença que causa preocupação é o sarampo - apesar de ter letalidade menor que o coronavírus, é muito mais contagioso. O número de infectados por sarampo, porém, não é maior graças a vacina existente. 

PERIGO DA DENGUE NO ESTADO

O infectologista e professor da Universidade Federal do Espírito Santo, Crispim Cerutti Junior, acrescenta que o coronavírus é um problema que ainda não faz parte do nosso enfrentamento. Já a dengue, que tem crescido o número de casos, requer atenção. A taxa de letalidade da doença gira em torno de 1%.

Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo (Sesa) houve  aumento de 22% nas cinco primeiras semanas epidemiológicas de 2020 em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 4.685 casos notificados de dengue até 2 de fevereiro de 2019 e 43 mortes, já no mesmo período deste ano foram 5.737 casos, ainda não há morte confirmada.

“É com a dengue, por exemplo, que devemos lidar, então todos os esforços das pessoas devem ser para combater o risco, a doença dependendo da condição de assistência tende a ser baixa. O coronavírus devemos nos preocupar na medida que ele estiver no meio de nós, por enquanto quem tem que está atenta é a vigilância sanitária e não a população”, destacou.

Crispim explica que a taxa de letalidade de zika e chikungunya, que assim com a dengue são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, é menor que 1%, sendo considerada muito baixa. No entanto, é preciso prevenir porque causam problemas de morbidade. A chikungunya, por exemplo, é uma doença incapacitante que compromete as articulações por meses, comprometendo a qualidade de vida e a produtividade das pessoas.

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