O Ministério da Agricultura encontrou um lote contaminado da cerveja Capixaba, da cervejaria Backer, no Espírito Santo. O lote de número 1348, divulgado pela Polícia Civil de Minas Gerais como um dos que continham a substância dietilenoglicol, foi identificado pelo Ministério da Agricultura após análise de notas fiscais de um supermercado da Grande Vitória. A bebida, porém, já havia sido recolhida pelo estabelecimento, que faz parte da rede Carone.
As informações foram repassadas à reportagem de A Gazeta pelo superintendente do Ministério da Agricultura no Espírito Santo, Aureliano Nogueira.
O lote será encaminhado para Belo Horizonte, onde serão feitas as análises de laboratório para confirmar a existência de dietilenoglicol na bebida. Apesar de a bebida ter sido disponibilizada para venda, segundo o Ministério da Agricultura, não é possível afirmar que a cerveja tenha sido comprada por algum cliente do supermercado.
"Conseguimos fazer uma ação preventiva e cautelar, e os estabelecimentos recolheram imediatamente após a nossa notificação. No caso deste supermercado foi feito até antes. Acredito que, por causa disso, essa cerveja não chegou a ser consumida", ressaltou.
A rede Carone informou que todos os lotes da cerveja Backer foram recolhidos das prateleiras assim que as primeiras notícias de contaminação foram divulgadas, antes mesmo da notificação do Ministério da Agricultura.
O Ministério da Agricultura não soube informar o volume de cervejas do lote contaminado que chegou ao Espírito Santo. As notas fiscais continuam sendo recolhidas para identificação dos lotes. Até o momento, foram identificados sete lotes com a presença de dietilenoglicol. Confira abaixo quais são:
Já no início de 2020, a existência de uma doença misteriosa, que causava problemas renais e neurológicos, em Minas Gerais, começava a ser investigada em Minas Gerais. Oito pessoas haviam sido internadas com os mesmos sintomas na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
O caso evoluiu, e com ele a descoberta de que a doença misteriosa, na verdade, era uma intoxicação causada pela substância dietilenoglicol, usada no processo de resfriamento na fabricação de cerveja.
Após análises da Polícia Civil, o composto, que é tóxico, foi encontrado em amostras da cerveja Belorizontina e também da Capixaba, ambas da cervejaria Backer. De acordo com a própria empresa, as cervejas são a mesma, só possuem rótulo diferente. Posteriormente o Ministério da Agricultura informou que a água usada no processo de produção da cerveja estava contaminada.
Até quinta-feira (16), 17 casos e três mortes estavam sendo investigados por suspeita de intoxicação por dietilenoglicol. Destes, quatro já foram confirmados, entre eles o do engenheiro capixaba Luiz Felippe Teles Ribeiro, 37 anos, que está internado em estado grave em Belo Horizonte, onde mora com a mulher.
O sogro dele, o bancário Paschoal Demartini Filho, 55 anos, morreu e foi a primeira morte confirmada do caso. A segunda morte foi divulgada pela Polícia Civil na última quarta-feira. A terceira morte, de um idoso de 89 anos, foi confirmada no dia seguinte, nesta quinta-feira (16).
A morte de uma idosa, que aconteceu em Pompéu, no interior de Minas Gerais, está sendo investigada, mas a relação com a doença ainda não foi oficialmente confirmada. Para saber mais sobre o caso, clique aqui.Para saber mais sobre o caso, clique aqui.
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