O homem, de 57 anos, que morreu após ser contaminado com o novo coronavírus foi sepultado na tarde desta quinta-feira (02) em um cemitério da Serra. A cerimônia reuniu cerca de oito pessoas, incluindo o filho da vítima.
Sem se identificar, o filho conversou com a reportagem de A Gazeta por telefone. Ele contou que foi ele quem levou o pai ao Hospital Jayme dos Santos Neves, na Serra, no dia 24 de março.
Como procedimento de segurança, os profissionais que trabalham no cemitério manusearam o caixão usando luvas, máscaras de proteção e jaleco. O corpo foi transportado diretamente para o local de sepultamento.
Ele adoeceu dentro de casa. Eu insisti para poder levar ele ao médico porque na situação que a gente está vivendo, não pode ficar marcando bobeira. Chegou lá, já levaram para o isolamento e pronto, acabou! Não tivemos mais contato com ele. Infelizmente, não tivemos nem a possibilidade de despedir.
Quero preservar minha mãe, minhas irmãs. Eu não vou entrar em detalhes para evitar a exposição da família. Vamos ficar no nosso momento e não vamos passar muitos detalhes. Independente de qualquer coisa, a doença em si não escolhe o que a pessoa é. Meu pai era um cara caseiro.
Meu pai não saía de casa nem quando tava sem isso (a Covid-19), quanto mais com isso! Essa doença já vinha acontecendo no mundo já fazia era tempo. Meu pai não viajou para lugar nenhum. Para eu tirar ele de casa para comer um lanche era um sacrifício danado. Mas aí vai no supermercado, coloca a mão no carrinho, vai no shopping, bota a mão aqui e ali... Infelizmente, aconteceu. Não tem como falar: foi por causa disso.
Seguimos as recomendações que é ficar dentro de casa. Eu tive contato direto com meu pai. Para resguardar minha família, estou sozinho em casa (ele não morava com o pai).
O futuro pertence a Deus. A gente tem que viver o hoje e entregar o amanhã para Deus. Uma jornada terminou, mas a nossa precisa caminhar. É triste, muito triste.
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