Os cortes impostos pelo Ministério da Educação (MEC) às instituições federais de ensino têm um novo impacto na Ufes: 1,1 mil benefícios do Programa Integrado de Bolsas (PIB) foram suspensos, entre os quais os que estão vinculados aos Projetos Especiais de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão (Paepe) I e II, à Iniciação Científica e à Extensão. O investimento mensal no programa de bolsas era de R$ 500 mil.
O anúncio foi feito pelo portal da universidade, ressaltando que a administração central havia tomado a decisão em meio a um sentimento de "pesar e indignação" e que não teve alternativa, uma vez que a Ufes não obteve do MEC garantias de cumprimento do orçamento aprovado para 2019.
"O PIB é uma política exitosa, que há décadas contribui para as atividades de ensino, pesquisa e extensão. Por entender que essa política é fundamental para a permanência de estudantes em situação de vulnerabilidade social, a Administração Central da Ufes destaca que trata-se de uma medida extrema", frisa a instituição, no site.
De acordo com a Secretaria de Comunicação da Ufes, até o momento o pagamento estava em dia, mas não há recursos para continuar com as bolsas e a suspensão é imediata. Isso significa dizer que, já em setembro, os alunos da graduação não terão mais recursos provenientes dos benefícios.
O auxílio, em torno de R$ 400 por aluno, é o que ainda mantém muitos dentro da universidade porque ajuda a custear parte de suas despesas. A Ufes acrescenta que continua negociando com o MEC a recomposição do orçamento para que possa retomar o programa.
PÓS-GRADUAÇÃO
O MEC também anunciou nesta segunda-feira (2) o corte de mais 5.613 bolsas de pós-graduação que seriam ofertadas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) em setembro. O congelamento, que passa a vigorar a partir deste mês, soma-se a outras 6.198 bolsas que haviam sido bloqueadas no primeiro semestre de 2019. Ao todo, isso corresponde a 5,57% do total de vagas ofertadas pelo sistema neste ano.
O pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da Ufes, Neyval Costa Reis, disse que a universidade ainda não foi informada sobre o tamanho do impacto desta vez. A instituição também não teve acesso ao sistema para avaliar a dimensão dos cortes.
Há pouco mais de um mês, numa outra área de cortes, foi anunciado que cerca de 100 pesquisadores da Ufes poderiam ser prejudicados com a suspensão do edital para bolsas especiais do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
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