Com a chegada do verão, a movimentação em praias, rios e lagoas fica mais intensa e, consequentemente, crescem os casos de afogamento. Somente de janeiro a novembro deste ano, 103 pessoas morreram afogadas no Espírito Santo, são 33,7% casos a mais que em 2018, quando foram registradas 77 ocorrências. Para que a diversão não acabe em tragédia, A Gazeta separou algumas dicas de prevenção.
Segundo o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Carlos Wagner Borges, somente no ano passado foram 500 resgates realizados por causa de afogamentos. A maioria deles foi de adultos e ocorreram em água doce, como rios, lagos e represas. Os motivos são diversos, mas constam entre os principais o uso de bebida alcoólica antes de entrar na água e não respeitar os limites do corpo.
"Quando se trata de adultos, o principal fator é a bebida alcoólica. A pessoa perde a capacidade de avaliar riscos, pode perder os sentidos e se afogar. O adulto, muitas vezes, não respeita o limite do corpo. Ele quer nadar até uma pedra mais afastada, por exemplo, e não tem condicionamento físico para isso. A pessoa, nesse caso, pode até conseguir chegar, mas o retorno fica difícil e aí acontecem as ocorrências", disse.
De acordo com o tenente-coronel, apesar dos casos acontecerem mais com adultos, as ocorrências envolvendo crianças também são frequentes. Nestes casos, ele afirma que a falta de atenção dos responsáveis é um dos fatores determinantes para que a tragédia venha a acontecer, e ressalta que o pequeno nunca deve entrar sem a companhia do responsável na água, devendo sempre estar com um colete salva-vidas.
No caso das crianças o mais correto é colocar colete porque as boias de braço e que as pessoas sentam não dão tanta segurança quanto o colete, pois podem esvaziar com facilidade e até virar. Mas o colete não tira a responsabilidade dos pais que devem estar presentes na água, disse.
O tenente-coronel Carlos Wagner acrescentou que, para tentar reduzir os casos de afogamentos, 180 soldados dos Bombeiros farão campanhas educativas nas praias no verão. Além disso, foi criado um canal via WhatsApp com dicas de prevenção. Para participar, é preciso enviar um "oi" para o número (27) 99664-9716, que a pessoa passará a receber todo o material das campanhas.
Além disso, foi realizada uma parceria com o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo (Sindifer) para a confecção de placas, que serão colocadas em pontos de água doce, indicando os locais com risco de afogamento.
O banhista deve procurar sempre um local próximo a um posto de guarda-vidas para nadar. É importante ficar atento às bandeiras que mostram que a área é protegida pelos Bombeiros. Caso não seja, a recomendação é ficar longe da água.
As placas indicam se o mar está próprio ou não para banho, se existem buracos e riscos de afogamento, por exemplo.
Quando levar a criança para a praia, não a deixe entrar sozinha no mar e oriente-a sobre os riscos. Coloque sempre um colete salva-vidas no pequeno.
Não entre na água sob efeito de álcool. A pessoa alcoolizada pode perder a capacidade de avaliar riscos, perder os sentidos e se afogar.
A pessoa que não sabe nadar ou não sabe técnicas para salvar a pessoa de um afogamento jamais deve entrar na água para ajudar. Ela deve tentar acalmar a vítima e lançar algum objeto para que a pessoa que está se afogando possa ser mantida na superfície e ser puxada para a margem.
No Espírito Santo, as águas são mais geladas e a pessoa tem maior probabilidade de ter câimbras. Por isso, evite entrar na água em locais profundos.
Se pretende entrar no mar, rio ou lagoas, cuidado com os excessos de comida. A recomendação é evitar entrar na água com o estômago cheio.
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