> >
Número de mortes por gripe dobra em dois anos no Espírito Santo

Número de mortes por gripe dobra em dois anos no Espírito Santo

O número saltou de oito mortes, em 2017, para 21 este ano. Mutações que ocorrem no vírus e a variação na umidade e temperatura podem explicar o aumento de casos

Publicado em 22 de agosto de 2019 às 00:30

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Vacinação contra Gripe no Sus aconteceu no primeiro semestre. (Tomaz Silva/Agência Brasil)

De 2017 para o primeiro semestre deste ano, o número de mortes provocadas por gripe disparou no Estado, que registrou de janeiro a julho mais do que o dobro dos óbitos que o Espírito Santo teve há dois anos. Os dados são da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).

O número saltou de 8 mortes, em 2017, para 21 em 2019 (de janeiro até a última quarta-feira, dia 8).

A Sesa aponta vários fatores, como mutações que ocorrem no vírus e a variação na umidade e temperatura, que podem justificar essa subida nos números de casos de Influenza.

"A Influenza tem a sua sazonalidade, não tem como a gente prever como será porque ela depende de temperatura, umidade e o vírus também tem uma capacidade de se modificar", explica Silvana Guasti, referência técnica da Sesa em Influenza.

O crescimento de mortes acompanha o aumento de casos. Até a última quarta-feira, a pasta registrou, em 2019, 135 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Influenza no Espírito Santo, sendo 58 casos por Influenza A (H3N2), 69 casos por Influenza A (H1N1) e oito casos por Influenza B.

Deste total, seis casos evoluíram para óbito por Influenza A (H3N2), 14 por Influenza A (H1N1) e um por Influenza B.

Em 2017, o Estado teve em todo o ano 66 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por influenza, mas nenhum caso por influenza A (H1N1), sendo 54 casos por influenza A (H3N2), 1 caso por influenza A (não subtipado) e 11 casos por influenza B. Destes casos, 8 evoluíram para óbito.

ESTABILIZAÇÃO

A quantidade de mortes desses primeiros meses de 2019 já se aproxima também ao total de óbitos de 2018, quando 22 pessoas morreram por gripe. No entanto, a pasta acredita que os números devem se estabilizar nos últimos meses do ano.

"Todo ano, entre março e abril, a gente tem um aumento no número de casos. Depois de julho e agosto, há uma redução dessas notificações", argumenta Silvana, afirmando que acredita que as notificações não devem crescer muito até dezembro.

VACINAS

A mutação do vírus da gripe em um ano é uma das fontes de pesquisa para a fabricação da vacina contra a doença que será aplicada no próximo. A constituição da vacina também se altera ano a ano para aumentar a capacidade de imunização das doses. No entanto, o infectologista Crispim Cerutti Junior explica que a eficácia da vacina contra a gripe é baixa quando comparada com a imunização contra outras doenças

"Tem algumas vacinas para doenças bacterianas na infância que chegam a eficacia de 95%. Outras vacinas, como a vacina contra dengue e da Influenza, têm uma eficácia de 60%", explica.

No Brasil, tem direito a vacina gratuita contra gripe pessoas que fazem parte do grupo prioritário, formado por idosos, crianças com idade entre 1 e 6 anos incompletos, grávidas em qualquer período gestacional, puérperas (mulheres até 45 dias após o parto), trabalhadores da saúde, povos indígenas, professores, funcionários do sistema prisional, detentos e profissionais das forças de segurança pública.

Este vídeo pode te interessar

O Espírito Santo registrou uma cobertura vacinal de 97,11% na campanha de vacinação deste ano. Em 2017, esse índice ficou em 94,44%. Já em 2018, a cobertura ultrapassou os 100% e atingiu 100,90% porque as doses sobraram e foram aplicadas também em alguns capixabas que não fazem parte do grupo prioritário.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais