A confirmação do primeiro caso de uma paciente contaminada pelo coronavírus no Espírito Santo acendeu um alerta: como evitar que o vírus se espalhe no Estado? Atualmente, quatro casos suspeitos no Estado ainda estão sendo investigados e oito foram descartados.
No que diz respeito ao poder público, o coordenador do Centro de Operações Estratégicas da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), Luiz Carlos Reblin, explica que todas as medidas cautelares têm sido tomadas. "Todo o esforço é para detectar e identificar alguém que possa ter contraído o coronavírus, fazer testes com a pessoa para descartar ou confirmar a doença. Se verificarmos um provável ou confirmado o caso, essa pessoa será isolada em seu domicílio se os sintomas forem leves ou em hospitais se o caso for grave, diminuindo a circulação do vírus", observou.
Porém, Reblin chama a atenção para a necessidade de participação efetiva da população. "É preciso que a população contribua como no combate a qualquer outra doença respiratória, fazendo a higiene das mãos, evitando contato com pessoas que já estejam com doença respiratória, e evitando também compartilhar utensílios na residência ou local de trabalho, por exemplo", explicou.
O coordenador disse que os cuidados individuais ajudam bastante na prevenção, pois evitam a transmissão, mas pontua que o sistema de saúde está preparado para identificar uma pessoa suspeita de portar o vírus e agir.
"O sistema está preparado para essas situações, temos hospitais de referência para tendimento e cada caso será acompanhado pela rede de saúde municipal de cada cidade de registro", enfatizou.
AS MEDIDAS
A capixaba de 37 anos que foi diagnosticada com a doença é considerada pela Secretaria de Saúde (Sesa) um caso importado, já que ela viajou à Itália e apresentou os primeiros sintomas no dia 22 de fevereiro, após voltar para o Brasil. Residente de Vila Velha, a mulher ficou nove dias internada e já recebeu alta. A contagem dos 14 dias do período de transmissão da doença começa a partir da apresentação dos sintomas. No caso da paciente, esse intervalo de tempo já está na reta final. Segundo a Sesa, ela deve sair do isolamento na próxima semana.
Os familiares da mulher diagnosticada com o novo coronavírus estão sendo monitorados, mas seguem sem isolamento e só passarão por procedimentos caso apresentem os sintomas das doenças. As outras pessoas que tiveram contato com ela durante esses dias também estão sendo acompanhadas.
Desde o início dos primeiros casos de Covid-19 na China, o Espírito Santo elaborou um plano de contingência para evitar a circulação do vírus no Estado. Segundo a Secretaria de Saúde (Sesa), todos os profissionais já estão sendo orientados e capacitados para identificação da infecção. Os municípios também estão orientados a realizarem a comunicação obrigatória por meio do FormSUS, para que haja a notificação imediata dos possíveis casos. Na rede particular, também estão recebendo treinamentos para aprender ou ampliar os conhecimentos sobre a doença.
A Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) aumentou para seis o número de hospitais considerados referências para tratar a doença no Estado. Inicialmente, eram considerados referências o Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória, o Infantil de Vitória, e o Hospital Estadual Jayme dos Santos Neves, na Serra. Agora entram para essa lista o Hospital Estadual Roberto Arnizaut Silvares, em São Mateus, o Hospital Estadual Silvio Ávidos, em Colatina, a Santa Casa de Misericórdia de Cachoeiro de Itapemirim e o Hospital Infantil de Cachoeiro de Itapemirim.
O governo atribuiu ao Centro de Operação de Emergências em Saúde Pública do Espírito Santo (COE COVID - 19) a responsabilidade de planejar as medidas a serem adotadas, levando em conta as diretrizes do Ministério da Saúde, encaminhar ao governo federal os relatórios sobre a situação do Estado e promover ações integradas entre vigilância em saúde, assistência e outros órgãos envolvidos na prevenção e controle da infecção humana pelo novo coronavírus, entre outras competências.
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