A emissão de poluentes na atmosfera por parte da indústria e o desmatamento da Mata Atlântica são problemas da área ambiental no Espírito Santo que colaboram com o aquecimento global e, consequentemente, as mudanças no clima. Esses são alguns dos temas que devem ser tratados pelo Fórum de Capixaba de Mudanças Climáticas, instituído nesta quarta-feira (11), no Palácio Anchieta, no Centro de Vitória.
Durante o evento, o diretor executivo do Centro Brasil no Clima, Alfredo Sirkis, fez críticas às as atuais políticas federais sobre as mudanças climáticas. Não acreditam no óbvio, não acreditam nas mudanças climáticas. O tom presidencial é de estímulo ao desmatamento, parecem dizer: pode desmatar à vontade que a gente garante, afirmou.
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Sirkis ainda comentou o tratamento que o Governo Federal dispensa ao tema, que afeta à população mundial. Há uma hostilidade muito grande a todos aqueles, dentro e fora do serviço público, que se preocupam com isso. Além de uma postura totalmente inadequada das relações internacionais sobre o tema, pontuou.
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O Espírito Santo ocupa o 16º lugar entre os estados brasileiros que mais emitem carbono no ar, gás que mais contribuiu para os prejuízos ambientais. Vemos que parte das emissões está relacionada com a extração de petróleo, então, será necessário travar um diálogo com a Petrobrás, em especial pelas chamadas emissões fugitivas do equipamento que extrai o petróleo, além do combate ao desmatamento, observou Sirkis.
Ele também pontua a necessidade de se pensar em uso do transporte com biocombustível e da eletrificação do sistema de transporte. Por outro lado, precisamos nos adaptar às mudanças climáticas que já são inevitáveis. Elas chegaram muito antes do que prevíamos. Temos que nos preparar para piores enchentes, piores estiagens e danos a agricultura, alertou Alfredo Sirkis.
O FÓRUM
O Fórum Capixaba de Mudanças Climáticas pretende acompanhar os investimentos de infraestrutura, como macrodrenagem e pesquisas, e também trazer as demandas de ações governamentais.
Para o governador Renato Casagrande, é preciso que estados e municípios cumpram com a sua parcela. As ações pela área de mudanças climáticas precisam ser de todos nós: consumo consciente, setor privado e administração pública. O objetivo é fortalecer ações coletivas para que o estado dê sua contribuição, enfatizou.
Para lidar com as consequências que já chegaram devido à mudança do clima, como chuvas fortes e secas intensas, Casagrande lembrou que o Centro Integrado de Gerenciamento de Riscos e Desastres Naturais deve começar a funcionar em até dois anos. A obra foi anunciada no início de agosto, custará R$ 56 milhões e deve funcionar na área do Quartel do Corpo de Bombeiros.
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O Centro é para que possamos evitar prejuízo à vida ou prejuízo material, para qualquer evento climático extremo, seja estiagem ou inundações, por exemplo. Ele estará conectado a todas as bases de informações, como estações hidrológicas e climatológicas, processará informações e estabelecerá previsões de clima e eventos, com alta tecnologia, explicou o governador.
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